“Cerca de 62% dos utilizadores vão ter um aumento na água com um valor abaixo do recomendado pela ERSAR (1,8%)”, sublinha a autarquia
Os preços das tarifas de abastecimento de água, águas residuais e resíduos urbanos vão aumentar no próximo ano em Palmela, para irem ao encontro das orientações da Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR). A atualização dos tarifários para 2026 foi aprovada, por unanimidade, no passado dia 3 pelo executivo municipal, que continua a poupar ao bolso dos munícipes o valor real do custo dos serviços que o município suporta.
“Cerca de 62% dos utilizadores vão ter um aumento na água com um valor abaixo do recomendado pela ERSAR (1,8%). Mantêm-se os tarifários especiais para as situações de carência económica, famílias numerosas e para as IPSS, coletividades, associações e entidades de relevante interesse público, com isenção e reduções do tarifário aplicável”, indica a autarquia.
Pelo serviço de saneamento de águas residuais e pelo serviço de gestão de resíduos urbanos são cobrados ao município “custos avultados por parte dos sistemas multimunicipais (Simarsul e Amarsul), que têm tido aumentos desmedidos nos últimos anos, concretamente, da taxa de gestão de resíduos (TGR) e da tarifa de deposição de resíduos em aterro”, lembra a edilidade.
Tanto no respeitante ao tratamento de águas residuais domésticas bem como à deposição e tratamento de resíduos urbanos, adianta a Câmara Municipal, as tarifas aplicadas pelos referidos sistemas multimunicipais “são superiores às tarifas reais cobradas pelo município aos utilizadores domésticos”. Mesmo com os referidos ajustes nas tarifas, a atualização aprovada pelo executivo municipal para 2026 “está longe de repercutir todos os custos, representando apenas uma parte das despesas que o município suporta para assegurar o seu pleno funcionamento e continuar a investir no melhoramento dos serviços”.
Novos valores para 2026
A autarquia decidiu “não alterar a tarifa variável respeitante ao 1.º escalão do serviço de abastecimento de água para uso doméstico”. E ajustá-la para os 2.º, 3.º e 4.º escalões, passando, respetivamente, o valor dessa tarifa para 0,7526€/m3, 1,4165€/m3 e 2,5826€/m3. A tarifa correspondente ao 2.º escalão, de acordo com o recomendado pela ERSAR, é aquela que “deve permitir a recuperação de gastos”, sendo que “as restantes deverão apresentar um valor mais elevado de forma a desencorajar consumos excessivos e a incentivar a eficiência hídrica e preservar um bem que é escasso”, explica a autarquia.
Ajustada é também a tarifa de disponibilidade do serviço de águas residuais, que passará a ter o valor de “2,2504€/30 dias nos utilizadores domésticos e de 3,8606€/30 dias, 11,2314€/30 dias e 85,9730€/30 dias nos utilizadores não domésticos, de acordo com os diferentes diâmetros dos contadores”.
Já a tarifa do serviço de resíduos urbanos vai passar a ter “o valor de 2,6745€/30 dias nos utilizadores domésticos e de 4,9063€/30 dias para os utilizadores não domésticos”.
E as tarifas variáveis dos serviços de abastecimento de água, de águas residuais e de gestão de resíduos para os utilizadores não domésticos vão passar a ter “o valor de 1,4165€/m3, 1,6186€/m3 e 1,3703€/m3, respetivamente, ao passo que a tarifa aplicada às unidades económicas por recolha de contentor passarão a ter “o valor de 6,3672€ para contentores de 240Lt, de 10,4297€ para contentores de 800Lt e de 14,3359€ para contentores de 1100Lt”.
As restantes tarifas vão ser atualizadas “ao valor médio do índice harmonizado de preços no consumidor para 2025 (1,8%) comunicado pela ERSAR”, indica o município, a concluir.
