Padre Leonel Francisco: “Há hoje uma pobreza que nos deve assustar − a solidão”

Padre Leonel Francisco: “Há hoje uma pobreza que nos deve assustar − a solidão”

Padre Leonel Francisco: “Há hoje uma pobreza que nos deve assustar − a solidão”

Pároco de Quinta do Anjo debruça-se sobre a actualidade, realça o trabalho do Bispo de Setúbal e explica o impasse na canonização do Padre Cruz

“Além da pobreza financeira, há hoje uma outra pobreza que também nos deve assustar: a solidão”. A frase é do Padre Leonel Francisco, responsável pela Paróquia de Quinta do Anjo há cerca de oito anos, e reflecte a preocupação de quem se cruza com muitas pessoas que se sentem “sozinhas, isoladas”, fruto de uma sociedade cada vez mais “individualista”, por força da evolução, sobretudo, tecnológica.

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Ao olhar para os sinais dos tempos, em entrevista a O SETUBALENSE e à Rádio Popular FM (90.9), o Pároco considera que há que privilegiar a socialização. Até porque, admite, há “uma crise nas relações humanas”.

“Ao longo do ano, tudo nos convida a ser individualistas. Isso depois tem muita repercussão na capacidade de dialogar, de ajudar o outro. Vou sentindo que as pessoas vão olhando para a realidade como se toda ela fosse descartável”, lamenta, ao analisar a crise de valores que se tem acentuado nas últimas décadas na nossa sociedade.

A proximidade é, por isso mesmo, fundamental na acção da Igreja. E Leonel Francisco salienta que a tarefa, na Diocese de Setúbal, está mais do que bem entregue. O Cardeal D. Américo Aguiar, que cumpriu recentemente um ano como Bispo de Setúbal, “é um homem muito trabalhador, muito empenhado”, afirma. “O nosso bispo foi recebido com muito desejo. Estivemos 600 dias sem Bispo, o que equivale a 15 Quaresmas. Costumo dizer que Nosso Senhor surpreende-nos sempre: nós pedimos um Bispo e recebemos um Cardeal. E, ao longo deste ano, também tivemos a alegria de a nossa Diocese ter dado, pela primeira vez (em quase 50 anos), um bispo a outra diocese: D. Fernando Paiva foi recentemente ordenado e tomou posse na Diocese de Beja”, lembra.

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Ao voltar ao trabalho que D. Américo Aguiar tem vindo a desenvolver, o Pároco destaca: “Desde que chegou já colocou em processo muitas mudanças, muitas novidades, sobretudo pôr os serviços a funcionar. Uma das coisas que fez foi criar uma comissão de estudo para ver os limites das paróquias, das vigararias, em termos de mapa. Para se olhar para a realidade que hoje temos e ver se a resposta que estamos a dar, segundo o método paroquial, é a mais adequada. Penso que em Fevereiro será apresentado [pela comissão] ao sr. Bispo o primeiro projecto de revisão.”

Leonel Francisco aborda ainda o processo de canonização do Padre Cruz, que, apesar de estar em fase adiantada, parece ter estagnado. “É uma das coisas que todos perguntamos entre nós, padres. O que falta? Estes processos têm uma parte burocrática muito grande, o Padre Cruz morreu com 89 anos, com muita documentação, muita obra feita, que é o mesmo problema que temos com a Irmã Lúcia. Há toda uma carga burocrática e de investigação, e muita documentação, que é preciso estar muito bem organizada e, muitas vezes, se há uma falha ou outra, o processo tem de começar do início”, explica a concluir, sobre o processo que está entregue aos jesuítas.

A entrevista a Leonel Francisco está disponível na íntegra, em podcast, no canal da Popular FM no YouTube.

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