Utentes foram entregues às famílias e alguns deles encaminhados para o hospital para serem avaliados quanto ao estado de saúde
A GNR de Setúbal identificou três lares ilegais funcionar numa quinta em Palmela e encerrou um após denúncias que davam conta de maus-tratos aos utentes. Nos três espaços, moradias na mesma quinta, estavam 21 idosos. Seis deles, que estavam numa casa e num cenário de completo abandono, foram retirados. Quatro foram entregues aos familiares e dois encaminhados para o hospital, a fim de serem observados. A proprietária, de 58 anos, foi identificada.
A acção da GNR decorreu na segunda-feira após uma denúncia anónima que chegou há poucas semanas. De acordo com fonte da GNR, os três lares foram alvo de fiscalização e num deles, onde se encontravam seis idosos, havia um completo abandono.
Os idosos apresentavam uma condição física muito fragilizada, com estado muito apático e estavam ao abandono. O espaço não apresentava condições mínimas de higiene nem de funcionamento conforme as regras da Segurança Social. Ainda assim, de acordo com a mesma fonte, não existiam sinais de agressões.
Os seis utentes desta moradia foram retirados do espaço que foi alvo de encerramento administrativo. Quatro foram entregues aos familiares e outros dois encaminhados para o hospital, de onde tiveram alta na própria segunda feira e entregues às famílias. De acordo com a mesma fonte da GNR, os familiares ficaram surpreendidos com as condições onde os idosos viviam.
A proprietária, mulher de 58 anos, negou que os idosos fossem negligenciados e apontou para a visita regular, semanal, de um médico. As autoridades vão agora investigar a veracidade da informação.
A acção decorreu através do Núcleo de Investigação e Apoio a Vítimas Específicas (NIAVE) da GNR, que contou com a colaboração da Unidade de Intervenção (UI) e da Unidade de Controlo Costeiro e Fronteiras (UCCF), tendo ainda contado com o apoio da Segurança Social de Setúbal. Os dois outros lares, em moradias na mesma quinta, não foram alvo de encerramento imediato. Nestes estavam nove e seis idosos, respectivamente. Será agora a Segurança Social a proceder junto da proprietária para licenciar devidamente o espaço.
A proprietária, com 58 anos, já tinha sido alvo de queixas anteriores. Há dois anos, familiares de utentes queixaram-se da falta de cuidados prestados aos idosos. A mulher foi nessa altura identificada pela GNR e o processo decorre no Ministério Público, sem acusação deduzida. Em comunicado, a GNR salienta que “esta intervenção reforça o compromisso da Guarda Nacional Republicana em assegurar a protecção dos direitos dos idosos, combater práticas ilícitas e salvaguardar os mais vulneráveis”.