“Festival do Queijo, Pão e Vinho também pode realizar-se mas as ovelhas é que mandam nisto”

“Festival do Queijo, Pão e Vinho também pode realizar-se mas as ovelhas é que mandam nisto”

“Festival do Queijo, Pão e Vinho também pode realizar-se mas as ovelhas é que mandam nisto”

Francisco Macheta, presidente da ARCOLSA, lembra que tudo depende dos ovinos. Para já, o mercado é solução para escoar produtos

 

 

- PUB -

Os melhores produtos e doçaria regionais vão poder ser adquiridos e degustados, nos dias 27 e 28 de Junho e 4 e 5 de Julho, no Mercado do Queijo, Pão e Vinho, em S. Gonçalo, Quinta do Anjo. A iniciativa tem o objectivo de apoiar os produtores, mas não inviabiliza a realização do festival anual da especialidade, que pode vir a acontecer ainda este ano, se os ovinos deixarem.

“A 26.a edição do Festival do Queijo, Pão e Vinho poderá realizar-se em Outubro. Mas aí temos outro problema: não deverá haver tanto queijo. As ovelhas é que mandam nisto”, afirma Francisco Macheta, 48 anos, que preside à Associação Regional de Criadores de Ovinos Leiteiros da Serra da Arrábida (ARCOLSA), entidade responsável pela organização de ambos os certames, com o apoio da Câmara de Palmela e da Junta de Freguesia da Quinta do Anjo. “Ao contrário das outras actividades, estes eventos dependem do leite da ovelha e a produção de queijo ocorre na Primavera, sendo que o processo decorre entre Fevereiro e Junho, período quando há queijos. Em Outubro dependerá da existência de produtos, já que nessa altura costuma haver ruptura do stock de queijos”, explica o responsável que leva 22 anos de ligação à associação, os últimos três como presidente.

Luís Calha, vereador com o pelouro dos mercados e feiras, confirma que “está em cima da mesa a realização do festival em Outubro ou Novembro, caso as condições o permitam”.

- PUB -

Mas para já vem aí o Mercado do Queijo , Pão e Vinho. “Não vamos ter restauração nem espectáculos, daí o certame funcionar como mercado e não como festival”, sublinha Francisco Macheta, apontando o objectivo principal desta iniciativa: “Dar escoamento aos produtos. Tivemos de continuar a produzir por razões sanitárias, de saúde animal, só que não se conseguiu vender”.

Já Luís Calha reforça que esta solução “visa proteger e apoiar sectores de referência, de grande qualidade, pérolas da região” e revela que a iniciativa nasceu na sequência de “um diagnóstico sobre o tecido empresarial” feito pelo município. “Este sector foi também contactado, para percebermos as dificuldades e podermos ajudar. Face a este período difícil e à necessidade de escoar produtos, decidimos em conjunto avançar neste formato que não contará com exposição de animais, tendas de gastronomia e animação cultural.”

Medidas de segurança e produtores

Este Mercado do Queijo, Pão e Vinho, com entradas livres, vai juntar “25 a 30 produtores” divididos entre o pavilhão da ARCOLSA e o espaço exterior”, avança o presidente da ARCOLSA, admitindo que houve necessidade de reduzir o número de expositores.
No interior das instalações, Francisco Macheta estima que possam permanecer em simultâneo “cerca de 400 pessoas”, já que o pavilhão que tem à volta de “150 metros de comprimento por 20 e tal de largura”. Ou seja, a lotação do espaço “é reduzida em 50%, por normas de segurança”.

- PUB -

As entradas vão fazer-se por “um corredor central, depois há o acesso ao expositor e um acesso lateral onde se fazem as compras”, faz notar o responsável. As saídas vão fazer-se “por dois corredores, de forma a evitar que as pessoas se cruzem”.

Tudo acautelado ao ínfimo pormenor, sob o olhar atento do município, garante Luís Calha. “Queremos que as pessoas se sintam em segurança para encontrar os melhores produtos e vamos ter grande atenção com o cumprimento integral de todas as orientações da Direcção-Geral da Saúde. Não iremos facilitar um milímetro”, vinca o autarca.

Tal como sucede habitualmente no Festival do Queijo , Pão e Vinho, o mercado vai também ter “um espaço com mesas, separadas por cinco a seis metros, para que os visitantes possam consumir na hora os produtos que adquirirem”, acrescenta Francisco Macheta, revelando ainda que o sector “teve uma quebra de 50% nas vendas este ano”, quando a facturação de 2019 ascendeu “a cinco milhões de euros”.

Por isso deixa um apelo : “Comprar queijo de Azeitão é ajudar a alimentar as nossas ovelhas.”

Entre os principais produtores vão participar neste mercado: Fernando & Simões (Queijaria Artesanal), Victor Fernandes (Queijaria Artesanal), Queijaria da São e JD Setúbal (Queijos Santiago); no sector dos vinhos estão garantidas as presenças de Sivipa, Casa Venâncio Costa Lima, Casa Agrícola Horácio Simões, a Assis Lobo e a Fernando Pó Adega.

Município com acções na forja para proteger economia local

Agarrar “todas as oportunidades possíveis para proteger a economia e ajudar os produtores locais” é uma das principais preocupações do município de Palmela nesta fase. E na forja, anuncia o vereador Luís Calha, estão outras acções.

“O município integra a Rede Europe Enterprise Network e nesse âmbito tem estado a trabalhar com os produtores para encontrar formas de comercializar os produtos a nível nacional e internacional”, observa o autarca, adiantando uma das acções em curso. “Estamos a trabalhar para construir uma iniciativa de escoamento de vinhos em Fernando Pó, já que a habitual mostra não se realizou. À semelhança do Mercado do Queijo, Pão e Vinho”.

Paralelamente, desvendou ainda que a autarquia prepara-se para lançar dentro de um mês “uma grande campanha de marketing”, para destacar os produtos do território.
“Permitirá que os turistas venham visitar o território e desfrutar em segurança dos nossos produtos, nos domínios da Natureza, Ambiente, Património Cultural e Gastronomia”. “Estamos empenhados na retoma da actividade turística em parceria com todos os agentes económicos do sector”, concluiu.

Partilhe esta notícia
- PUB -

Notícias Relacionadas

- PUB -
- PUB -