Executivo municipal de Palmela aprova IMI no mínimo para 2025

Executivo municipal de Palmela aprova IMI no mínimo para 2025

Executivo municipal de Palmela aprova IMI no mínimo para 2025

Vai ser o primeiro município da península de Setúbal e o terceiro do distrito a aplicar a taxa mínima (0,30%). IMI Familiar mantém-se

Cerca de uma década depois de ter iniciado um processo de redução progressiva do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para prédios urbanos, o município de Palmela prepara-se para aplicar a taxa mínima. A Câmara Municipal decidiu na passada quarta-feira, por unanimidade, baixar de 0,31% para 0,30% (valor mínimo) a taxa a cobrar em 2025, ou seja, ainda no presente mandato, conforme havia sido acordado entre todas as forças representadas naquele órgão colegial.

- PUB -

A proposta de redução ainda terá de ser submetida a votação na Assembleia Municipal (AM), mas, face ao sentido de voto e ao compromisso assumido entre aqueles que têm assento no executivo municipal (CDU, PS, MCCP e PSD) e atendendo ainda à correlação de forças existente no órgão deliberativo (AM), é praticamente garantido que a implementação da taxa mínima de IMI venha a ser aprovada, senão por unanimidade, pelo menos por ampla maioria.

Palmela já era o município com a taxa mais baixa de IMI na península de Setúbal. E no distrito ficava apenas atrás de Alcácer do Sal e Grândola, os dois únicos que já praticam o valor mínimo. Agora, vai juntar-se a estes municípios do litoral alentejano (que deverão manter 0,30% para 2025) e passará a ser o primeiro município da península de Setúbal e o terceiro do distrito a apresentar a taxa mínima de IMI, depois das sucessivas reduções aplicadas desde 2014 (em 2013, Palmela cobrava uma taxa de 0,48%).

Durante a discussão da proposta de redução de 0,31% para 0,30%, Álvaro Balseiro Amaro, presidente da autarquia de Palmela, salientou o impacto das sucessivas diminuições da taxa nos cofres do município. “Se hoje aplicássemos o valor de 0,45% e se fizermos uma comparação com o valor proposto da taxa mínima, ao fim destes anos de redução progressiva estamos a falar de deixarmos de receber – de deixarmos nos bolsos das famílias – 5,2 milhões de euros”, contabilizou o autarca.

- PUB -

Quem também falou em contas, mas em termos de total de receita, foi Raul Cristóvão, vereador eleito pelo PS. “Quando começámos a propor a revisão do IMI para baixo, fizemos contas e andaríamos sempre na casa dos 10 milhões de euros de receita. De facto, essa receita está aqui plasmada nesta proposta, que é de praticamente 11 milhões. Acho que tínhamos razão, de que havia espaço financeiro, económico, para irmos reduzindo [a taxa] e congratulamo-nos que tenha sido a opção”, disse o socialista.

E Roberto Cortegano, vereador eleito pelo PSD, lembrou que esse também foi o caminho defendido pelo partido laranja. “O PSD também sempre lutou para que o IMI ao longo dos anos baixasse no município de Palmela”, sublinhou o social-democrata, que, tal como Álvaro Amaro, realçou o compromisso assumido por todas as forças no executivo no início do mandato.

O IMI constitui-se como uma das maiores fontes de receita dos municípios e Palmela não foge à regra. No último ano económico (2023), este imposto representou, segundo a autarquia, “17% do total da receita” arrecadada pelo município.

- PUB -

IMI Familiar, derrama e Robin dos Bosques
A par da descida do IMI para valores mínimos, o executivo municipal de Palmela aprovou, também por unanimidade, a manutenção do IMI Familiar e a isenção de derrama para empresas com volume de negócios inferiores a 150 mil euros.

O IMI Familiar vai permitir que as famílias com um ou mais dependentes a seu cargo beneficiem das seguintes deduções fixas: 30 euros (um dependente); 70 euros (dois dependentes); e 140 euros (mais de dois dependentes).

Quanto à isenção de derrama, de acordo com Álvaro Amaro, o município prevê abranger “647 pequenas e médias empresas” e deixará de encaixar “167 mil euros”. O líder do executivo deixou, porém, um alerta. “Os dados que temos até Agosto de 2024 apontam para um decréscimo e podemos chegar ao final do ano sem atingirmos a tal média [de receita] dos 24 meses que fomos obrigados a colocar no Orçamento Municipal inicial de 2024. Se não se concretizar [a receita prevista], ficaremos com um desvio que irá penalizar um pouco as nossas finanças”, frisou o autarca eleito pela CDU.

Chumbada com os votos contra de CDU, PS e MCCP foi a proposta apresentada (de ano para ano) pelo PSD para devolução aos munícipes de 0,5% da taxa de participação no IRS do município. A medida implicaria que o município deixasse de arrecadar 567 mil euros do total de 5,7 milhões previstos receber. CDU e PS argumentaram que a medida não apoia todos, mas apenas os munícipes que mais têm, e que, ao arrecadar a verba, o município pode redistribuí-la através da implementação de políticas que abranjam todos. “O PSD aparece com uma proposta que mais parece lembrar o Robin dos Bosques ao contrário, ou seja, apoiar mais as famílias que têm mais e apoiar menos as famílias que menos têm”, atirou Luís Miguel Calha, vice-presidente da autarquia (CDU).
O executivo municipal é composto por quatro elementos da CDU, três do PS, um do MCCP e um do PSD.

Distrito Santiago do Cacém a uma centésima de Alcácer do Sal, Grândola e Palmela

A Alcácer do Sal e Grândola, segue-se o município de Palmela na aplicação da taxa mínima de IMI. Em termos de valores mais baixos, vem logo atrás o município de Santiago do Cacém que aprovou a proposta – já deliberada pela Assembleia Municipal – de baixar de 0,32% para 0,31% a taxa a aplicar em 2025. Relativamente à taxa aplicada em 2024, de acordo com o portal das Finanças, seguiram-se os municípios de Montijo (0,33%), Seixal (0,335%), Sines (0,34%), Alcochete, Almada e Barreiro (todos com 0,35%), Moita (0,365%), Setúbal (0,37%) e Sesimbra (0,40%). A Câmara do Barreiro já aprovou a manutenção da taxa (que sofreu uma redução histórica no último ano) para 2025, tal como Setúbal, embora no caso do município sadino o PS, na oposição, tenha prometido levar a reunião de câmara uma outra proposta, para contrapor com a que foi apresentada pelo PSD e feita passar com a anuência da maioria CDU.

Partilhe esta notícia
- PUB -

Notícias Relacionadas

- PUB -
- PUB -