Apesar dos 21 anos, já se senta como gente grande na Assembleia Municipal de Palmela. Assume a igualdade como desígnio de uma luta por uma sociedade mais justa
Conheceu a Juventude Comunista Portuguesa (JCP) e iniciou os primeiros contactos com o PCP em 2016. Tinha completado 16 Primaveras e frequentava o 10.º ano na Escola Secundária de Palmela. Cerca de meia-dúzia de anos volvidos, Érica Ribeirinho admite ser tratada – mas apenas por aqueles que lhe são mais próximos – pelo epíteto de “menina do PCP”, pela dedicação à causa partidária. Ela que, apesar de eleita nas últimas autárquicas como suplente na lista da CDU candidata à Assembleia Municipal de Palmela, tem sido chamada frequentemente a integrar a bancada desta força política nas reuniões do órgão.
É vista no interior do colectivo comunista como um dos vários talentos emergentes do partido. Mas prefere contrariar essa ideia e contrapõe com uma visão diferente, humilde e respaldada num espírito de equipa. “Não se trata de talento. Tem a ver com o contributo que cada um de nós vai dando, conforme a sua disponibilidade, para ajudar nas tarefas que há para executar no partido. Pelo contributo na luta pelas causas que defendemos”, faz questão de corrigir a jovem, que não esconde a forma ternurenta como amiúde é tratada por familiares ou até por colegas da Escola Superior de Educação, do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), onde se está a tirar a licenciatura em Educação Básica.
“Os meus avós costumam dizer: ‘a menina do PCP chegou’. No IPS também já utilizam, de quando em vez, essa expressão carinhosa, mas são pessoas que me são muito próximas. Gosto de ser assim tratada, consoante o contexto e desde que por aqueles que me são mais próximos. Por esses, está tudo bem. Não há problema”, admite, por entre sorrisos prolongados acomodados num discurso de simpatia.
A “menina-mulher” do PCP vai desempenhando tarefas, no âmbito da JCP, na região. Acompanha a par e passo o concelho de Setúbal e, revela, não deixa de dar enfoque “às questões ligadas à igualdade”, a nível regional. E puxa a fita atrás para lembrar como tudo começou.
“Contactei pela primeira vez com o partido em 2016, quando estava no 10.º ano. Foi à porta da escola que fui abordada dois camaradas da JCP. Estavam a realizar uma acção de contacto, a distribuir folhetos e perguntaram-me sobre os problemas que sentia, enquanto estudante na escola e enquanto jovem. Até então, nunca tinha parado para pensar sobre esses assuntos. E isso fez-me pensar”, conta. Estava dado o clique e apenas 24 horas depois Érica iniciava o seu trajecto político. “Passado um dia, um desses camaradas que me tinham abordado voltou a encontrar-me, explicou-me os objectivos da JCP e decidi inscrever-me nesse próprio dia na Juventude Comunista, em Palmela”, junta, para de seguida adiantar: “Foi mesmo por essa acção de contacto na Escola Secundária secundário de Palmela que acabei por me filiar. Não tive influências, até porque não tinha nem familiares nem amigos filiados no PCP.”
Luta pela igualdade
Hoje, a caminho da meia-dúzia de anos de actividade no partido, confessa que se sente mais comunista do que nunca. “Sim, de certa forma. Cresci muito como militante ao longo deste tempo, pelas experiências, pelas reuniões, sinto que tive uma evolução. Não tinha então um conhecimento tão aprofundado sobre o partido como tenho hoje e isso fez crescer o amor imenso que sinto pelo PCP”, revela. E reforça de pronto: “Já sentia muito o que o partido defende, enquanto estudante e jovem, e agora ainda mais.”
Das causas que o partido defende e que mais a atraem no desenvolvimento da acção política-partidária, destaca “a igualdade de oportunidades para todos” nos vários domínios. “Para que possamos ter uma sociedade mais justa, ao longo da vida, no acesso ao trabalho, à educação, à saúde, nas condições de vida… que, infelizmente, não temos”, aponta, de forma generalizada, sem deixar de detalhar mais à frente: “Temos dado alguns passos, como na redução do preço dos manuais escolares, mas há a questão das propinas, do salário mínimo, da habitação, da educação gratuita e pública, do investimento necessário no Serviço Nacional de Saúde, a paz… tudo questões prementes e para as quais há ainda um longo caminho a percorrer”.
Érica Ribeirinho define-se como “uma jovem estudante, mulher, defensora da igualdade que permita uma vida melhor para todos” e afasta ambições pessoais, no que toca ao seu futuro político. “Quem se inscreve no PCP não o faz com objectivos de chegar a qualquer posto ou cargo, de ser presidente de junta ou de câmara ou outro. Inscrevemo-nos com o intuito de dar o nosso contributo para a luta por melhores condições de vida para todos na nossa sociedade”, sublinha a ‘menina-mulher’ do PCP, a finalizar.
Érica Ribeirinho à queima-roupa
Idade: 21 anos
Residência: Aires, Palmela
Área: Educação Básica
Não dispensa o convívio com os amigos e dedica os tempos livres ao estudo e às actividades da Juventude Comunista e do PCP. Pertence ao Movimento Democrático de Mulheres (MDM)