Carlos de Sousa, presidente da instituição conforma encerramento de duas valências e despedimento de 21 funcionários
Carlos de Sousa, presidente do Centro Social de Palmela (CSP), confirma que no fim do ano lectivo vão encerrar “o polo do Poceirão e o Centro Porta Aberta” e explica que “a aprovação de contas revela um prejuízo num estado quase de insolvência, que se reflecte nas duas valências que iremos encerrar” e acrescenta que “se não tomarmos decisões desagradáveis pomos em causa o futuro de uma instituição com 45 anos de história”.
O presidente do Centro Social confessa com tristeza que “teremos que despedir 21 trabalhadores, pois o quadro de pessoal com 75 pessoas reflete-se em 90 por cento das despesas da instituição”.
Revela também que “iremos vender alguns imóveis, que não estão a ser utilizados”, nomeadamente a Casa Amarela e o edifício, junto à rotunda da garrafa, ali perto da nova farmácia de Palmela, afirmando com enorme desespero “vão-se alguns anéis, mas ficam os dedos.”
A comunidade palmelense segue preocupada a grave situação, que se vive no CSP, que anuncia o pior cenário com o encerramento do polo do Poceirão, que apoia 50 crianças e da Porta Aberta de cerca de uma dezena e meia de jovens em situação de risco.
As dívidas de largos milhares de euros são incomportáveis para a instituição que é uma referência no concelho e o presidente da Junta de Freguesia de Palmela, Jorge Mares considera “uma situação preocupante para Carlos de Sousa, que apesar de ter ideias, herdou uma estrutura cheia de problemas”. O autarca lamenta que “as crianças e os jovens sejam afectadas com uma situação de crise tão grande que não é fácil de resolver”. O edil da Junta de Freguesia lembra que “na última década aconteceram falências nas cooperativas de consumo, na cooperativa agrícola, no Jardim Infantil “O Rouxinol”, que agora está destruído e nas mãos de um gestor de insolvência” e apesar de “reconhecer que houve uma crise, mas também considero que existiu um alheamento das forças vivas do concelho”.
Também a ex-directora do Centro Distrital da Segurança Social, Ana Clara Birrento, mostrou “grande preocupação pela situação”, revelando a sua disponibilidade para “visitar a instituição para saber tudo o que se passa”.
O Centro Social de Palmela está a desenvolver uma candidatura ao Programa PER (Programa Especial de Revitalização) para garantir continuidade de apoio a cerca de 300 crianças.