Unidade pública, no Pinhal Novo, funciona em prédio. Rampa para acesso a pessoas sem mobilidade até existe mas não está a funcionar. Cada vez que vai buscar medicamentos, Cidália espera à porta. Da última vez era dia de chuva e esperou mais de meia-hora
Na extensão de saúde que funciona num prédio, na Rua Luís da Camões, junto à rotunda que dá acesso à ponte sobre a linha do comboio, no Pinhal Novo, os utentes sem mobilidade têm de esperar na rua que lhes sejam entregues os medicamentos ou receitas que vão levantar.
A unidade não tem rampa de acesso a funcionar. O equipamento até existe mas não está fixado de forma a que possa ser utilizado. Sem isso, pessoas em cadeiras de rodas não conseguem entrar no edifício porque apesar de estar instalado no rés-do-chão, o acesso ao centro de saúde passa por vários degraus.
Na quinta-feira, Cidália Alves, de 64 anos, paraplégica que vai uma ou duas vezes por mês ao centro de saúde buscar medicamentos, esperou à porta mais de meia hora para ser atendida. Num dia de Inverno, sujeita à chuva e ao frio.
O caso foi presenciado pelo antigo comandante dos Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo, que o denunciou publicamente. “Por acaso não era dia de chuva forte, caiu apenas uma morraça, mas se fosse no dia seguinte não sei como seria”, disse Fernando Pestana ao DIÁRIO DA REGIÃO.
Este popular diz ter ficado “indignado” com a situação.
“Ia a passar quando vi a senhora à porta do centro de saúde. Eram cerca das 14h10 e ela disse-me que já estava à espera desde as 13h30. Fiquei espantado e dirige-me ao serviço de atendimento. A administrativa foi falar com o enfermeiro que costuma trazer os medicamentos à senhora e então lá se foi embora, com o saco dos medicamentos pendurado na cadeira. Esperou cerca de 40 minutos.”, conta Fernando Pestana.
De acordo com o mesmo, o caso de Cidália Alves não é único. A prática é a mesma para outros utentes sem mobilidade. Esperam à porta para serem atendidos, porque, segundo explicaram nesse dia os funcionários, o centro não tem a rampa de acesso a funcionar porque falta fazer a fixação e a autorização do condomínio, porque se trata de um prédio privado, ainda não foi tratada.
O DIÁRIO DA REGIÃO questionou a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, na sexta-feira ao início da tarde, para saber em que ponto se encontra o processo para a conclusão da instalação da rampa, mas, até à hora de redacção desta notícia, ainda não recebeu resposta.
NOTA: Noticia corrigida às 18h57, com correcção do dia – foi quinta-feira (14) e não quarta – e mais elementos de identificação da utente.