O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ouviu hoje o primeiro-ministro, António Costa, sugerir que será reeleito nas presidenciais de 2021, e em seguida afirmou: “Cá estaremos todos”.
“Nós vamos ultrapassar esta pandemia e os efeitos económicos e sociais este ano, no ano que vem, nos anos próximos. E eu cá estarei, e cá estaremos todos, porque isto é um espírito de equipa que se formou e que nada vai quebrar. Cá estaremos este ano e nos próximos anos a construir um Portugal melhor”, declarou o chefe de Estado com António Costa perto de si.
Marcelo Rebelo de Sousa falava no final de uma visita com o primeiro-ministro à Volkswagen Autoeuropa, em Palmela, depois de ouvir António Costa remeter uma nova visita conjunta a esta fábrica para “o primeiro ano do próximo mandato do senhor Presidente da República”, sugerindo que irá recandidatar-se e será reeleito.
Costa fez bem ao remeter transferência para Novo Banco para após auditoria
O Presidente da República considerou ainda que o primeiro-ministro “esteve muito bem” ao remeter nova transferência para o Novo Banco para depois de se conhecerem as conclusões da auditoria que abrange o período 2000-2018.
“Havendo, e bem, uma auditoria cobrindo o período até 2018 – a auditoria que eu tinha pedido há um ano – faz todo o sentido o que disse o senhor primeiro-ministro no parlamento. É que é politicamente diferente o Estado assumir responsabilidades dias antes de se conhecer as conclusões de uma auditoria, ou a auditoria ser concluída dias antes de o Estado assumir responsabilidades”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado assinalou que “estava anunciado para maio o processo conclusivo da auditoria, cobrindo de 2000 a 2018”.
“O senhor primeiro-ministro esteve muito bem no parlamento quando disse que fazia sentido que o Estado cumprisse as suas responsabilidades, mas naturalmente se conhecesse previamente a conclusão da auditoria”, reforçou Marcelo Rebelo de Sousa.
Questionado se considera que, então, o ministro das Finanças esteve mal, o Presidente da República retorquiu: “Não, significa aquilo que eu disse: há uma auditoria que tinha sido anunciado que estaria concluída em maio deste ano, respeitando a 2000-2018, para os portugueses não é indiferente cumprir compromissos com o conhecimento exato do que se passou num determinado processo ou cumprir compromissos e mais tarde vir a saber como é que foi esse processo até 2018”.
“É politicamente diferente uma coisa e outra”, frisou, escusando-se depois a responder a mais perguntas sobre este assunto: “Eu não tenho mais nada a dizer, o que eu disse foi claríssimo”.
Lusa