Vereador da CDU aponta o dedo à actuação da Câmara Municipal e lembra casos de achados arqueológicos que não foram preservados
Joaquim Correia, vereador da CDU, critica a política da gestão PS na preservação do património local. Segundo o autarca do PEV, os socialistas não têm acautelado a recuperação de vários achados que são parte da história local.
“Foi descoberto onde era o primeiro poço de abastecimento de água a Aldeia Galega, ao Montijo, e o que foi feito? Foi tapá-lo. Descobriram-se as pedras do primeiro muro de contenção do que era o antigo Cais de Aldeia Galega. O que se fez foi tapá-lo e fazer-se [no local] um Jardim Inclinado, que é a obra da vergonha deste mandato. Há-de ficar eternamente [conhecido] como o muro das lamentações do Montijo. Só serve para isso”, começou por enumerar, para se debruçar sobre uma questão mais recente.
“Agora vimos ser destruída a chaminé da antiga estalagem das Caleças, que estava entre as nove melhores do reino, segundo o que está escrito em vários documentos da época. Durante as obras apareceu um brasão, que era de 1821, mas não posso precisar… Podia ser recortado e retirado e ir para um museu, mas mais uma vez deixámos o património desaparecer”, lamentou, para disparar de seguida: “Isto é a política desta Câmara relativamente ao património. Vai-se enterrando e vai-se partindo.”
A presidente da autarquia defendeu que a postura das gestões PS tem sido outra. “Não devemos nada ao património, porque temos recuperado ao longo destes anos todo o património municipal”, disse Maria Clara Silva, antes de avançar com alguns exemplos: “Foi a Quinta do Saldanha, o Moinho de Maré, o Moinho de Vento, o Cinema Teatro Joaquim d’ Almeida – que, quando chegámos, estava para ser entregue a uma igreja evangélica e que a Câmara assumiu a compra e recuperou-o –, o Museu Agrícola da Atalaia e tantos outros… a Ermida de São Sebastião. Temos tratado muito bem do património do Montijo.”, retorquiu a socialista.
A finalizar, Clara Silva admitiu que possam existir alguns casos que não tiveram o melhor acompanhamento. “Haverá situações, que aqui referiu, menos bem tratadas, mas em relação ao património não há nada que se nos aponte”, rematou.