A população de Canha, no Montijo, vai lutar contra o encerramento do balcão da Caixa Geral de Depósitos (CGD), disse a Associação dos Agricultores do Distrito de Setúbal, referindo que é o único banco existente no local.
A Associação dos Agricultores do Distrito de Setúbal realizou hoje, 20, uma concentração contra o encerramento do balcão da Caixa Geral de Depósitos em Canha junto à instituição bancária, que contou com a presença de várias dezenas de pessoas.
“Já tínhamos feito uma marcha de protesto e realizámos agora esta concentração contra o encerramento do balcão da CGD em Canha. Este é o único banco que existe em Canha e que serve uma população rural e idosa, que está numa zona já desertificada, e que para ir ao banco, sem a CGD, tem que apanhar um dos poucos autocarros existentes e perder quase um dia inteiro”, disse Avelino Antunes, da Associação dos Agricultores do Distrito de Setúbal.
O responsável referiu que a população está unida na luta contra o encerramento do balcão.
“A população não aceita e está unida na luta contra esta decisão. Na marcha de protesto contámos com a presença de mais de 70 viaturas e hoje estiveram aqui cerca de 85 pessoas, num dia de semana. Existe união nesta luta e muito descontentamento”, defendeu.
Os presidentes das juntas de freguesia do distrito de Setúbal afetadas pelo encerramento de agências da Caixa Geral de Depósitos (CGD) vão realizar uma manifestação no dia 27 de abril, junto à sede da instituição bancária.
Avelino Antunes garantiu que a Associação dos Agricultores do Distrito de Setúbal se vai associar a esta manifestação.
“Informámos a população e só hoje tivemos mais de três dezenas de inscritos para participarem na manifestação. Lamentamos que a Câmara do Montijo e a Junta de Freguesia de Canha não participem e nem disponibilizem o autocarro, estão submissas ao governo, mas vamos conseguir levar as pessoas de Canha à manifestação”, afirmou.
Sobre a possível solução de um serviço móvel para a população de Canha, o responsável referiu que seria apenas um remendo.
“Um carro móvel, que não sabemos em que moldes iria funcionar, não resolve o problema, seria apenas um remendo. O que queremos é serviços públicos de qualidade para a população”, concluiu.
A CGD tem previsto encerrar 61 agências, sendo 18 na área da Grande Lisboa, 15 a norte, 15 a sul e nas regiões autónomas e 13 na zona centro, segundo a lista revista divulgada em Março.
O fecho de agências foi negociado com Bruxelas e é uma das contrapartidas acordadas para que a recapitalização da CGD que está a decorrer, num montante superior a 5.000 milhões de euros, não seja considerada ajuda de Estado.