A reunião do executivo camarário do Montijo, realizada na última quarta-feira, 24, ficou marcada pela apresentação de uma proposta do vereador do PSD Pedro Vieira (para agendamento na próxima sessão pública) que o presidente da Câmara, Nuno Canta (PS), rejeitou desde logo.
O autarca socialista considerou, pelo título do documento apresentado pelo social-democrata, que a proposta era “ilegal”, afirmando que não a iria agendar.
A proposta é referente à rectificação e sanação de uma outra proposta, relativa à aquisição de uma ambulância para os Bombeiros Voluntários do Montijo, que fora aprovada em 2016 na Câmara mas que não fora submetida à Assembleia Municipal.
A vereação do PSD e a Assembleia Municipal entenderam e entendem que a proposta aprovada deveria ter sido submetida à apreciação deste último órgão. Nuno Canta sempre defendeu que não.
Agora, com base num parecer emitido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT), que sustenta a posição da vereação social-democrata e da própria Assembleia Municipal, Pedro Vieira solicitou o agendamento de uma proposta para solucionar a situação.
Nuno Canta recusou, alegando que o vereador do PSD não poderia “apresentar uma proposta ilegal” e que, por via disso, a mesma não poderia ser aceite.
“Como é que o senhor sabe que é ilegal, se ainda não a leu?”, questionou então Carlos Jorge de Almeida, vereador da CDU, com Nuno Canta a retorquir: “Porque o título da proposta assim o diz.”
A discussão prolongou-se e o presidente da Câmara criticou as conclusões do parecer da CCDR-LVT e sublinhou que o mesmo foi assinado pelo vice-presidente do referido organismo, José Neto, ex-vereador na Câmara do Montijo pelo PSD.
Mais: Nuno Canta considerou o parecer como tendo sido feito “à martelada” e adiantou que solicitou esclarecimentos à CCDR-LVT, além de um outro parecer à Direcção Geral das Autarquias Locais. A bancada da CDU, pela voz de Carlos Jorge de Almeida, reservou para mais tarde a apresentação de uma posição.
Carlos Jorge de Almeida “eleito” presidente
Ainda se discutia a situação em torno do parecer emitido pela CCDR-LVT, com o vereador Carlos Jorge de Almeida (CDU) a revelar que reservaria para mais tarde a posição da bancada da coligação, quando o presidente da Câmara aproveitou para fazer um parêntesis, cometendo uma mesma “gaffe” por duas vezes. Nuno Canta, pode dizer-se, inverteu os papéis, chamando ao autarca da CDU “presidente”. De ambas as vezes, o socialista foi lesto a aperceber-se e a corrigir a “gaffe”.
Vereador substituto
Ainda no decorrer do período antes da ordem do dia, na sequência de uma discussão mais acalorada entre a vereadora Maria Clara Silva (PS) e o vereador Pedro Vieira, o presidente da Câmara, Nuno Canta, chamou a Vasco Fernandes (PSD) “vereador substituto”. A designação não foi bem acolhida pelo social-democrata, que lembrou o socialista de que tinha os mesmos direitos e deveres dos restantes eleitos, quando se apresentava como vereador por substituição e não como… vereador substituto.