Nuno Canta, presidente da Câmara Municipal do Montijo, decidiu abrir um processo de inquérito aos trabalhadores do serviço de higiene urbana, no seguimento da denúncia feita pelo vereador do PSD, João Afonso, sobre alegados roubos de sucata da autarquia. O caso foi denunciado na última reunião do executivo e no dia seguinte o autarca socialista despachou a abertura do inquérito.
A decisão foi comunicada numa nota de esclarecimento do Gabinete da Presidência, através da qual Nuno Canta repreende a conduta do vereador social-democrata, o qual se recusou a entregar ao presidente as provas que disse ter na sua posse. “O presidente da Câmara considera indigno das funções de vereador lançar indiscriminadamente, sem concretizar, um manto de suspeição sobre os trabalhadores municipais, seja qual for o serviço em causa”, pode ler-se no documento. Nuno Canta considerou as acusações “infundadas”, mas ao mesmo tempo admitiu ser “adequado inquirir os trabalhadores visados”, para, justificou o socialista, “dissipar quaisquer suspeições”.
Segundo João Afonso, existe um “alegado” esquema no serviço da higiene urbana que “tem permitido” subtrair sucata pertencente à autarquia para alimentar uma empresa privada do referido ramo, que “arrecada os ganhos da venda do material”. A empresa, revelou então o social-democrata, “pertence a um familiar de um funcionário do sector da higiene urbana”. Ainda de acordo com o vereador, a própria entrega da sucata à empresa é feita por “funcionários autárquicos em viaturas da Câmara Municipal”. João Afonso adiantou a O SETUBALENSE que participou o caso ao Ministério Público “há cerca de um ano”.
