Autarquia cede habitação para alojar militares deslocados que prestam serviço no concelho. Associação da Guarda elogia medida e critica Administração Central
O contrato de comodato para cedência, por parte do município do Montijo, de uma habitação para alojar militares da GNR deslocados da sua área de residência e que prestam serviço no concelho foi assinado, na última quarta-feira, por Maria Clara Silva, presidente da Câmara, e João Duque Martinho, coronel responsável pelo Comando Territorial de Setúbal.
A autarquia vai disponibilizar à GNR um fogo de tipologia T3, localizado no Bairro do Esteval. O contrato rubricado “tem a duração de cinco anos e é renovável por iguais períodos de tempo”, revelou a autarquia.
Para João Duque Martinho, a iniciativa da autarquia veio em boa altura. “Temos dificuldade no alojamento dos militares. Temos muitos militares deslocados, 1 200 no Comando de Setúbal, e qualquer capacidade de alojamento que venha é sempre benéfica”, disse o coronel, citado em publicação divulgada pelo município.
Já Maria Clara Silva realçou a importância de o concelho poder contar com o maior número de efectivos possível. “Quantos mais elementos da GNR tivermos no concelho, maior é a nossa segurança”, salientou a autarca.
A medida do município montijense foi ontem elogiada pela Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), que, em comunicado, deixou críticas à Administração Central.
“Não deixa de ser criticável terem os municípios de assumir responsabilidades do Poder Central”, lê-se no documento divulgado pela APG/GNR, na sequência do contrato de comodato rubricado entre o município o Comando Territorial de Setúbal da GNR.
“Estas situações resultam de décadas de desinvestimento em que as instalações ficaram ao abandono, sem qualquer intervenção e, neste momento, como é o caso, não possuem sequer condições adequadas de funcionamento e muito menos de pernoita”, sublinha a associação dos militares da GNR.
A associação lembrou ainda que “há postos bastante envelhecidos e a carecer de obras urgentes, como é o caso do da Moita e, ainda, há outros que foram alvo de intervenção, única e exclusivamente, porque a autarquia assumiu os custos, como é o caso do Destacamento Territorial do Montijo”. Com Lusa