Residia no Montijo e encontrava-se a treinar no Mundial de Paramotor, em França, quando caiu com a aeronave de cerca de 50 metros de altura
Eduardo Lagoa, pentacampeão de parapente e selecionador nacional de paramotor que residia no Montijo, faleceu na passada sexta-feira em Chambley-Bussières, França.
Tinha 57 anos e cumpria um dia de treinos no 12.º Campeonato do Mundo de Paramotor, que decorre em Vernéville até ao próximo dia 31, quando caiu de uma altura de cerca de 50 metros com a sua aeronave. Segundo o jornal online “Ouest France”, Eduardo Lagoa foi encontrado já sem vida no local da queda.
As causas do trágico acidente estão a ser investigadas pelas autoridades francesas, que, de acordo com o mesmo periódico, estabeleceram “um perímetro de segurança de cerca de 100 metros” em torno do local onde foi encontrado o pentacampeão nacional.
Em declarações ao meio de comunicação “ICI Lorraine”, Georges Humeau, presidente do clube Chambley ULM Sports & Loisirs, descartou a existência de “preocupações específicas com as condições climáticas” que se faziam sentir naquele dia. Segundo George Humeau, é também “pouco provável” que o motivo do acidente pudesse resultar de erro humano, face ao nível de experiência de todos os competidores. Humeau avançou ainda que foram verificadas “as condições técnicas, o equipamento”, e que Eduardo Lagoa poderá ter-se “sentido mal”.
Eugénio de Almeida, presidente da Federação Portuguesa de Voo Livre (FPVL), lamentou o falecimento do “amigo, piloto e selecionador nacional de paramotor”.
“Neste momento de dor, queremos expressar o nosso mais sincero pesar pela perda de alguém que dedicou grande parte da sua vida à promoção e desenvolvimento do parapente e do paramotor em Portugal e que representa com orgulho e competência os valores da nossa comunidade”, lê-se na mensagem publicada pelo responsável, na página da FPVL na Internet.
Na mesma nota de pesar, Eugénio de Almeida destaca “a paixão pelo voo, o espírito de liderança e o compromisso com a excelência” que Eduardo Lagoa apresentava. Características que fizeram com que Eduardo Lagoa tivesse deixado “uma marca indelével” em todos aqueles que o conheceram bem e que com ele partilharam “descolagens, competições e inúmeros voos”. “A sua ausência será sentida não apenas pela equipa que liderava neste momento, mas, sobretudo, por todos nós que partilhamos o céu e os mesmos ideais”, lê-se ainda na mesma mensagem.
Natural de Santo Tirso, Eduardo Lagoa era referência maior do parapente em Portugal e estabeleceu residência no Montijo, onde viria a abrir uma escola de voo (Flytime). Tinha mais de três décadas de experiência, alcançou cinco títulos de campeão nacional de parapente e igual número de recordes nacionais, tendo sido um dos principais promotores da modalidade no nosso país.