Associação lembra que instalação do serviço esteve nos planos da autarquia. Mais de centena e meia já subscreveram pedido para que a Câmara Municipal recupere um processo que em 2013 teve tudo para ser concretizado
A Associação Montijo Primeiro (AMP) acaba de lançar uma petição pública na Internet a solicitar ao município montijense que “retome o processo de instalação” de uma Loja do Cidadão na cidade. Até ao início da tarde desta sexta-feira, a petição já contava com 156 subscritores.
Na página que administra na rede social Facebook, a associação lembra que a Loja do Cidadão esteve nos planos da autarquia, inclusivamente com espaço pensado e adquirido para essa finalidade.
“Era para funcionar na Praceta Páteo d’Água, em três lojas que a Câmara comprou para esse fim e cedidas por contrato de comodato à Associação para a Formação Profissional e Desenvolvimento do Montijo (Escola Profissional), em Maio de 2013, para os serviços do Programa do Rendimento Social de Inserção-RSI. Estes serviços funcionavam na escola Conde Ferreira, na Avenida dos Pescadores, que ficou desocupada para o Museu do Pescador”, recorda a associação, adiantando que a Câmara “é proprietária de vários edifícios, onde pode instalar a Loja do Cidadão”. Caberá à autarquia, acrescenta ainda a AMP, “escolher o local adequado para implementar” o serviço. A petição pública está disponível em https://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT93125.
Esta foi uma das várias medidas já tomadas pela Associação Montijo Primeiro que, no passado dia 17, fez a sua apresentação pública durante um jantar que juntou cerca de uma centena de pessoas na sede da Clube Desportivo Cultural e Recreativo “Os Unidos”.
População activa a decrescer
A iniciativa contou representantes do movimento associativo, actuais e antigos autarcas, empresários e vários munícipes, entre outros. Aurélio Ferreira, presidente da Associação Nacional dos Movimentos Autárquicos Independentes, foi um dos presentes na iniciativa e lembrou a importância dos “grupos de eleitores que em todo o país que, tal como agora no Montijo, se têm organizado para defender o interesse das comunidades locais”. De acordo com o responsável, “os grupos de cidadãos eleitores são a terceira força política nacional em termos de presidências de câmara, contando ainda com centenas de membros em assembleias de freguesia e municipais”.
Já Alcídio Torres, presidente da direcção da AMP, sublinhou que esta associação não pretende criticar ou atacar partidos, pessoas ou poderes públicos. “Defendemos e criticamos ideias, não somos daqueles que preferem queimar livros em vez de os discutir”, disse.
“Numa autarquia como a do Montijo precisamos de massa crítica para pensar a modernização do tecido empresarial local, como para ajudar a inventariar as possíveis profissões e indústrias do futuro”, considerou, depois de alertar que em 2017 “Montijo tinha uma população activa de 16.842 pessoas (30% de gente a trabalhar)” e que num futuro próximo a situação poderá ser bem diferente. “Podemos ter entre 8 a 9 mil pessoas a trabalhar para as restantes 48 mil. E quem são estas 48 mil pessoas que viverão à custa das restantes 8 ou 9 mil? São estudantes, crianças, desempregados, aposentados, beneficiários dos subsídios estatais e excluídos sociais”, concluiu.