Nélia Parreira, presidente recém-empossada, dá a receita para o futuro próximo em tempo de pandemia e garante que a instituição não desistirá de atingir os objectivos do voluntariado
Apesar da actual conjuntura epidemiológica, o Lions Clube do Montijo pretende continuar a “cumprir os objectivos” a que se propõe. Quem o diz é Nélia Parreira, 62 anos, que preside à nova direcção da instituição, que foi empossada no passado dia 11, na sede da Banda Democrática 2 de Janeiro. A missão para este ano lionístico (2020-2021) não se perspectiva fácil e a responsável revela a receita para ultrapassar os condicionalismos provocados pela pandemia.
“Vamos ter de usar a imaginação, o entusiasmo, a fé e a coragem, da forma possível e responsável, sempre em equipa. Não vamos desistir. Queremos servir, apesar de estes tempos serem diferentes”, afirma, sublinhando que as metas passam pelas acções dirigidas “à visão, à diabetes, ao alívio da fome, ao meio-ambiente e à luta contra o cancro pediátrico”.
“Se conseguirmos manter as actividades que vão ao encontro dos objectivos, então vamos ficar satisfeitos. Agora, como, quando e onde as vamos conseguir fazer será um desafio permanente”, admite, tendo em conta o cenário da pandemia e o facto de que muitas das angariações do Lions “são conseguidas com a realização de galas e jantares”. Iniciativas difíceis de conciliar com as actuais restrições no combate à propagação do vírus, mais ainda na região de Lisboa e Vale do Tejo.
Neste novo mandato – de um ano lionístico – deverá haver atenção particular para duas situações. “Certamente vamos ter de reforçar o combate à fome, com a distribuição de cabazes, de alimentos. E temos sempre feito actividades na luta contra o cancro infantil e outras de apoio à juventude que devemos manter”, realça Nélia Parreira, juntando que, pelo diagnóstico social que o clube faz, “a franja populacional com carências aumentou, primeiro com a chegada da troika, e agora com o flagelo da Covid-19”. Muito embora também tenha sido notado, nos último anos, que o crescimento demográfico do Montijo trouxe novos residentes com maior poder económico.
Fundado a 30 de Maio de 1992, o Lions Clube do Montijo apresenta hoje “35 sócios” e a responsável pretende que esse número venha a aumentar. “Na tomada de posse, tivemos a admissão de mais uma companheira”, conta, sem esquecer que a admissão no clube implica o cumprimento de alguns requisitos a avaliar por um grupo composto sempre pelos três últimos presidentes da instituição.
Rastreios, bolsas de estudo e investigação
Foram várias as acções que o Lions Clube do Montijo promoveu ao longo de 2019-2020. João Paulo Dinis – que passou o testemunho a Nélia Parreira – destaca, em jeito de balanço ao ano lionístico que ficou para trás, algumas dessas iniciativas.
“O rastreio visual a todos os alunos do 1.º ano de escolaridade do concelho (cerca de 450 alunos) e oferta de óculos aos alunos carenciados. A oferta de consulta e óculos a cerca de 10 adultos, através do protocolo que temos com a Câmara Municipal do Montijo”, começa por elencar, lembrando a “oferta de uma bolsa de estudo a um aluno de mestrado”.
A realização de “acções de sensibilização sobre a diabetes”, quer nas escolas secundárias do Montijo quer na Praça da República – esta última “a envolver a população, finalizando com uma caminhada” – são outras das iniciativas destacadas por João Paulo Dinis.
O ex-presidente do Lions Clube do Montijo sublinha também a dinamização de diversos ateliers com a população infantil e idosa para elaboração da “mascote LUCAS que simboliza a luta contra o cancro infantil”. “Desses ateliers resultou uma verba que entregámos, junto com outros clubes, para duas bolsas de investigação sobre o cancro infantil [no valor de 13 500 euros cada]”, assinala.
Durante todo o ano lionístico, adianta, foi feita “recolha e dádiva de alimentos à população vulnerável do Montijo”. E acrescenta: “Colaborámos também com as crianças do Centro Social de S. Pedro do Afonsoeiro, com brinquedos e material pediátrico no Natal, assim como com a associação de apoio à vida da Santa Casa da Misericórdia do Montijo.” Além disso, o Lions Clube do Montijo, juntamente com outras associações, está a colaborar no projecto de solidariedade “Montijo a dar tudo”, que visa apoiar as famílias em situação de maior carência, durante esta fase da pandemia, com bens alimentares ou produtos de higiene.
Por concretizar, devido ao flagelo sanitário, ficaram “as primeiras jornadas comunitárias sobre a diabetes do Montijo” bem como a Gala Lions. “As jornadas tínhamos já programadas com médicos, enfermeiros e personalidades da sociedade civil, entre os convidados, para discutir a diabetes no concelho de Montijo. Para a gala tínhamos uma parceria combinada com o Cinema Teatro Joaquim d’ Almeida e o Conservatório Regional de Artes do Montijo. Ambas estavam programadas para Maio”, revela João Paulo Dinis, garantindo a concluir que o Lions “continuará a servir a comunidade”.
Cinco homens e quatro mulheres na direcção
O novo elenco directivo do Lions Clube do Montijo para este ano lionístico (2020-2021) é constituído por nove elementos para 11 cargos. Cinco homens e quatro mulheres, com dois nomes a acumularem duplas funções.
A saber: Nélia Parreira (presidente), António Porfírio (primeiro vice-presidente), António Picanço Santos (segundo vice-presidente), Magda Reimão (secretária) e José Manuel Sousa (tesoureiro). A estes juntam-se João Paulo Dinis (ex-presidente que assume dois cargos: assessor de sócios e coordenador de LICF do clube) e Céu Simões, que também vai desempenhar dois cargos (assessora de serviços e assessora de comunicações e marketing). A nova direcção fica completa com Maria de Guadalupe Prates (directora social de clube) e Jorge Fernandes (director de clube).