O presidente da direcção da Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro do Montijo dá a conhecer o actual momento da colectividade, que se encontra a comemorar 170 anos de existência
“Sons da nossa história” intitula o concerto comemorativo do 170.º aniversário da Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro do Montijo, que leva no próximo domingo ao palco do Cinema Teatro Joaquim d’ Almeida, pelas 16h30, a banda da colectividade e o fadista montijense Tiago Correia. Joaquim Baliza, presidente da direcção, debruça-se sobre a actualidade desta que é uma das mais antigas colectividades do Montijo e da região e garante que a situação financeira da instituição “está estável”.
Os tempos mais difíceis para a Sociedade 1.º de Dezembro já ficaram para trás, depois dos constrangimentos provocados pela pandemia de covid-19?
Parece que sim, mas a afluência de associados à sede ainda não recuperou de um abaixamento sofrido nessa altura. Notou-se uma diminuição de cerca de 50 por cento do número de pessoas que frequentavam a nossa sala de leitura e o bar. Por exemplo, fornecíamos à volta de cem cafés por dia e esse número diminuiu para 40, que é a média diária neste momento. Esse foi um dos efeitos da pandemia. Desse, podemos dizer, ainda não conseguimos recuperar. Os associados deixaram de sair de casa para ir à sede com a regularidade de anteriormente. A colectividade está aberta à noite, mas quase não aparecem sócios. Não saem de casa. E essa dinâmica, de frequência das nossas instalações, é para nós muito importante, faz falta à colectividade.
Estamos a chegar ao fim de mais um ano, altura de se apurarem contas… Qual é a actual situação financeira da 1.º de Dezembro do Montijo?
Com os apoios que a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia de Montijo têm dado e com o nosso trabalho, neste momento, podemos dizer que a Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro apresenta um quadro, uma situação, estável. Estamos é a precisar que a Câmara Municipal nos apoie numa intervenção na cobertura do edifício [da sede], na estrutura de madeira do telhado que tem 74 anos e que está em avançado estado de degradação. O telhado está em risco de desabar. Vamos ver se vem esse apoio, porque a substituição do telhado custa quase 80 mil euros e esse montante é demasiado avultado para nós.
O número de associados tem aumentado ou diminuído nos últimos anos? Quantos sócios tem a instituição?
Temos, neste momento, 850 associados, todos pagantes. O número tem vindo a diminuir, porque a esmagadora maioria de sócios situa-se numa faixa etária que é muito idosa e, infelizmente, muitos têm falecido. Há renovação, entram quatro ou cinco novos sócios por ano, mas isso não acompanha o número anual de perdas que temos sentido.
A banda filarmónica é o rosto da Sociedade 1.º de Dezembro. Quantos elementos formam a banda actualmente?
Temos 40 músicos.
E quantos frequentam a escola de música, que alimenta a banda?
À volta de 20 jovens.
Além da banda filarmónica e da escola de música, que outras actividades apresenta a 1.º de Dezembro?
Actualmente, são perto de duas dezenas as actividades que a instituição promove, com um total de cerca de quatro centenas de alunos.
Dessas cerca de 20 actividades, quais são as que mais se destacam?
As aulas de piano e também de guitarra, o coro polifónico e o grupo de cantares populares, assim como as classes de aeróbica, de hip-hop e as danças de salão. Estas são algumas das que mais se destacam, embora considere que todas têm o mesmo grau de importância para a colectividade…
… E têm várias outras actividades que saem fora da órbita do ensino musical.
Além de aeróbica, hip-hop e danças de salão, que referi atrás, temos karaté e capoeira.
A sociedade tem algum projecto na calha? Quais são os objectivos para o futuro próximo?
A nossa principal aposta, que faz sempre parte do nosso projecto, é dar seguimento ao trajecto da banda filarmónica e que a escola de música continue a atrair alunos. Todos a trabalhar com enorme empenho e alegria, professores, monitores, como tem sido feito até aqui. E seguirmos em frente.
O que pode esperar o público do concerto de aniversário com a banda e a participação especial do fadista montijense Tiago Correia, este domingo, no Cinema Teatro Joaquim d’ Almeida?
Vai ser um concerto diferente. Vão ser interpretadas músicas de compositores do Montijo, como Baltazar [Valente], Paulino Gomes Júnior, António Fortunato de Sousa, entre outros. E temas da revista “Festa Rija”, a interpretar pela banda e pelo fadista Tiago Correia.