Se a administração do Centro Hospitalar Barreiro Montijo aceitar a proposta, as urgências da unidade montijense deixarão de ter acesso à realização de análises ao sangue e à urina durante o período nocturno
MÁRIO RUI SOBRAL
O hospital do Montijo pode estar na iminência de perder mais um serviço, devido à falta de recursos humanos com que se debate o Centro Hospitalar Barreiro Montijo (CHBM). Ao que o DIÁRIO DA REGIÃO apurou, em causa está o funcionamento nocturno do laboratório de análises clínicas na unidade montijense.
“A directora do Serviço de Patologia Clínica propôs à administração do CHBM o encerramento, à noite, do laboratório de análises clínicas aos utentes no Montijo”, disse ao DIÁRIO DA REGIÃO fonte próxima do processo, acrescentando: “O motivo alegado é a falta de técnicos.”
O serviço de urgência da unidade hospitalar do Montijo poderá, assim, deixar de ter acesso durante a noite à realização de “análises ao sangue e à urina”. O DIÁRIO DA REGIÃO tentou obter a reacção da administração do CHBM, porém não foi possível estabelecer contacto com o gabinete de comunicação do CHBM, apesar das tentativas (telefónica e via email) efectuadas.
A proposta apresentada pela directora do Serviço de Patologia Clínica terá sido posterior à realização de uma reunião, a 8 de Novembro último, entre a Câmara Municipal do Montijo, a directora da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Rosa Valente Matos, e o presidente do Agrupamento de Centros de Saúde do Arco Ribeirinho (ACES), Miguel Lemos.
Em cima de mesa, na referida reunião, esteve “o reforço do CHBM, o problema da gestão do hospital do Montijo, a construção do Centro de Saúde do Montijo, o problema dos Centros de Saúde de Santo Isidro e de Canha, os investimentos previstos para a área da saúde, o reforço de meios humanos e os recursos médicos necessários à prestação de um serviço público de qualidade”, revelou a autarquia.
Autarquia exige cumprimento do protocolo
Segundo a edilidade, o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, “voltou a exigir o cumprimento do protocolo, em vigor, assinado pela Câmara e pela ARSLVT referente ao CHBM, nomeadamente a atribuição de uma ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV)”.
Durante o encontro, a autarquia apresentou a sua “visão estratégica para o reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS), incluindo a prioridade da requalificação do Centro de Saúde do Montijo e a convicção da integração dos cuidados de saúde, através da instalação do centro de saúde numa das alas desactivadas do hospital do Montijo”.
Quanto ao funcionamento do Centro de Saúde de Pegões e das extensões de Saúde de Canha e de Santo Isidro, a Câmara “foi informada de que, apesar das dificuldades existentes relacionadas com os recursos médicos, estão a ser realizados todos os esforços para garantir os cuidados primários de saúde às populações” das referidas freguesias.
Abordada também foi a cooperação entre o município e os serviços regionais de saúde, com “o objectivo de reforçar os serviços de saúde pública no ACES do Arco Ribeirinho sul”. Nesse sentido, a autarquia salienta que “poderá disponibilizar o edifício municipal do Centro Cívico do Esteval, anteriormente ocupado pelo Infantário Espaço Verde, para a instalação dos serviços de saúde pública do ACES do Arco Ribeirinho Sul”.