“Estamos muito empolgados… mas vamos lutar pela ferrovia na ponte”

“Estamos muito empolgados… mas vamos lutar pela ferrovia na ponte”

“Estamos muito empolgados… mas vamos lutar pela ferrovia na ponte”

António Costa e Nuno Canta

O presidente da Câmara do Montijo garante que vai insistir com o Governo para que a ligação ao Barreiro seja rodoferroviária

 

“Só podemos ficar satisfeitos e muito empolgados com esta nova frente de obra que se vai criar no Arco Ribeirinho Sul”. A frase de Nuno Canta, presidente da Câmara Municipal do Montijo, resume o sentimento do autarca, depois da publicação em Diário da República da resolução do Conselho de Ministros que apresenta orçamentos e calendariza os investimentos anunciados por António Costa há pouco mais de um mês, no Barreiro, para os seis municípios da região (Montijo, Alcochete, Almada, Barreiro, Moita e Seixal).

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No total, o Governo prevê investir 353 milhões de euros até 2026 no projecto Arco Ribeirinho Sul que, entre outras medidas, contempla a execução de duas pontes – Barreiro-Montijo e Barreiro-Seixal – orçadas em 80 milhões de euros.

“É um valor significativo, que consideramos importantíssimo para densificar a escala urbana do Arco Ribeirinho Sul, em particular para reforço desta zona urbana entre Alcochete e Almada, passando por Montijo, Barreiro, Moita e Seixal. Irá reforçar a centralidade desta malha urbana. Vai torná-la, sobretudo, mais coesa, mais ligada entre si, evitando as actuais ligações muito extensas. Vamos passar a ter uma ligação de 10 quilómetros entre estas zonas”, diz o autarca socialista, que promete lutar pela instalação de ferrovia na ponte entre Montijo e Barreiro.

“Temos insistido com o Governo na vertente rodoferroviária, porque achamos que esse será o futuro. Para estarmos a fazer um investimento significativo de 80 milhões de euros ou até mais, devemos apostar em podermos ter um transporte mais pesado entre Alcochete e Montijo e também, eventualmente, a futura terceira travessia sobre o Tejo – que está prevista no plano ferroviário nacional e não neste –, o que permitira ter comboios até Lisboa. Deveríamos lutar por isso e a Câmara do Montijo irá continuar a lutar por isso.

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Se não tivermos sucesso, teremos muita pena. Mas essa será a nossa luta”, garante.

Corredor verde e terminal fluvial

Previsto está também um corredor verde pedonal a ligar Almada a Alcochete com criação de jardins e também de cinco pequenos cais, que o Governo estima em 115 milhões de euros. O investimento abrange o Montijo e Nuno Canta vê a medida com bons olhos. Mas aponta a uma outra que pretende ver contemplada pela tutela no projecto.

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“Iremos colocar em cima da mesa a recuperação de uma estrutura que está prevista no nosso PDM desde 1997 e que agora, na revisão do PDM, a mantivemos: uma ligação por ciclovia entre o Montijo e a zona do Arce, em Sarilhos, que poderia ser continuada por Broega, Chão Duro e Moita. A construção destas pequenas pontes mais cicláveis sobre os braços do Rio Tejo também têm de estar em cima da mesa”, considera. A reabilitação do terminal fluvial do Seixalinho está também entre os investimentos definidos.

“Sempre colocámos ao ministro do Ambiente [Duarte Cordeiro], até numa última reivindicação que fizemos, os problemas que existem naquele terminal, nomeadamente a dificuldade que a estrutura tem em conter chuvas mais intensas e também que se comece já a preparar uma ligação futura de embarcações para Lisboa”, afirma o edil. Até porque, justifica, “o reforço de embarcações e da travessia fluvial é um cartaz turístico inigualável” que o Tejo apresenta. “Esperamos que venha a construir-se uma estrutura do Cais do Seixalinho mais capaz, mais moderna e com futuro”.

Quanto à substituição da Baía do Tejo por uma nova sociedade e o facto de o Montijo ficar de fora da comissão executiva do projecto Arco Ribeirinho Sul, Nuno Canta é lapidar: “É natural que só os municípios que têm no seu território esses terrenos, que são do Estado, participem na comissão executiva. Não me parece que a Câmara do Montijo tenha alguma possibilidade de participar numa nova estrutura organizativa onde não tem um metro quadrado de terreno seu.”

A publicação em Diário da República da Resolução do Conselho de Ministros “é uma grande notícia para todos os territórios do Arco Ribeirinho Sul”. Já que reflecte “o avançar da iniciativa com que o Governo se tinha comprometido”, conclui.

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