Edifício para Loja do Cidadão vai custar mais do que vale

Edifício para Loja do Cidadão vai custar mais do que vale

Edifício para Loja do Cidadão vai custar mais do que vale

Câmara aprova compra por 191 mil euros. Avaliação feita por entidade externa diz que o valor do imóvel é 10 mil euros inferior ao montante que a autarquia vai pagar. Escola na Atalaia e habitações sociais motivam intervenção do público

 

 

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O edifício frente aos Paços do Concelho que servirá para instalar a Loja do Cidadão vai custar 191 mil euros aos cofres da autarquia, valor que ultrapassa em 10 mil euros o montante da avaliação feita ao imóvel por uma entidade externa.

A proposta para a compra do edifício – que se encontra em avançado estado de degradação – foi aprovada, na reunião pública quinzenal do executivo realizada na última quarta-feira, com os votos favoráveis da gestão socialista (quatro) e da vereação da CDU (dois). O vereador do PSD, João Afonso, votou contra, depois de ter solicitado que a proposta fosse retirada para que voltasse a ser apreciada, numa reunião posterior, devidamente acompanhada de um parecer jurídico, pretensão que foi rejeitada.

O social-democrata justificou o sentido de voto com as eventuais implicações legais que a decisão poderá ter.

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“O PSD vota contra a proposta, não por se opor ao mérito da mesma – já que sempre defendeu uma loja do cidadão no Montijo – mas, sim, atendendo a que o valor ultrapassa o montante máximo da avaliação feita [181 mil euros] e significativamente o valor patrimonial [152 mil euros]”, disse.

Nuno Canta, presidente da Câmara, explicou que “a oportunidade face à localização do espaço justifica o valor”, adiantando que “as proprietárias não estavam disponíveis para vender por menos de 190 mil euros”. Ao mesmo tempo tentou tranquilizar o vereador do PSD. “O valor da avaliação é indicativo, não é vinculativo”, sublinhou o socialista, admitindo que as obras de remodelação do imóvel deverão pesar “cerca de meio milhão de euros em cima” do valor da compra.

Escola sem condições nem pessoal e subaluguer de habitações sociais

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A sessão ficou ainda marcada pelas intervenções de um conjunto de mães de alunos que frequentam a Escola Básica Novos Trilhos na Atalaia. A falta de condições no estabelecimento de ensino e de pessoal auxiliar, ausência de uma animadora, bem como a impossibilidade da utilização do espaço do recreio, habitualmente invadido por uma colónia de gatos, foram algumas das queixas apresentadas.

Uma das reivindicações dos encarregados de educação prende-se com a climatização das salas. Nuno Canta informou que a autarquia está a proceder à instalação de aparelhos de ar-condicionado nos pré-escolares e que a situação deverá estar resolvida a breve trecho. Os gatos devem ser recolhidos para o canil/gatil municipal, assumiu, explicando depois o problema com o pessoal auxiliar.

“Até excedemos o rácio estabelecido por lei. O problema, que nos afecta a todos, é que temos um elevado número de baixas médicas entre o pessoal auxiliar, cerca de 30%. O que é estranho”, defendeu.

Ainda no período do público, uma munícipe que aguarda por atribuição de habitação social denunciou que existem “dois casos de subaluguer no Bairro da Caneira”, pedindo fiscalização municipal. O vereador Ricardo Bernardes garantiu que os serviços municipais já estão a investigar.

Antes de se entrar na ordem do dia, o debate entre Nuno Canta e João Afonso voltou a ser feio, tendo por base temáticas ligadas aos animais e ao canil/gatil do Montijo. Nota ainda para o facto de a oposição continuar a votar contra as actas das sessões. “Estes documentos da Câmara não são sindicáveis, porque a gravação das reuniões é destruída mal estas são passadas a texto escrito, independentemente até da sua aprovação no órgão executivo do município”, declarou Carlos Jorge de Almeida, vereador da CDU, com Nuno Canta a considerar a situação como “um amuo” da oposição.

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