27 Julho 2024, Sábado

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“É preciso lutar contra fascismos” e “velhos monstros que estão a nascer”

“É preciso lutar contra fascismos” e “velhos monstros que estão a nascer”

“É preciso lutar contra fascismos” e “velhos monstros que estão a nascer”

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Sessão solene do 25 de Abril marcada por alerta da maioria dos autarcas para os perigos que ameaçam a democracia

“Há muitos que não o querem assumir e tudo fazem para o deturpar, mas esquecem-se que foi o 25 de Abril que lhes deu a liberdade de o fazer”. A frase de Nuno Canta, presidente da Câmara Municipal do Montijo, ilustra a preocupação reinante entre a maior parte dos autarcas no Montijo. É preciso “lutar contra os populismos, os fascismos, os radicalismos, que aparecem novamente” e é “urgente uma vontade popular corajosa e firme para defender uma democracia”, assim como “uma liberdade viva para sempre”.

Até porque, feitos 49 anos soltos de amarras, mordaças e torturas, já se pode “desmascarar mentirosos, debater ideias e ter liberdade para se decidir sobre o futuro colectivo”, afirmou o edil, ao encerrar a sessão solene da Assembleia Municipal evocativa de Abril, realizada ontem nos Paços do Concelho. A tónica começou por ser acentua da por Catarina Marcelino, presidente da Assembleia Municipal do Montijo. “[Hoje] importa defender a liberdade (…), mas também não permitir que os extremismos radicais sejam definidos com ideias moderadas”, disse a socialista.

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De permeio, a quase totalidade dos representantes dos partidos com assento no órgão deliberativo, fizeram referência aos perigos que ameaçam a liberdade. Como “as discriminações” étnicas, religiosas e outras, que constituem “obstáculo às democracias”, vincou António Oliveira, do BE. “O racismo deve ser combatido”, sublinhou.

Diogo Vintém, do PS, foi mais longe e alertou: “É preciso continuar a lutar, numa altura em que os velhos monstros parecem estar a nascer”. Alguns, segundo Joaquim Cor reia, eleito da CDU, mostram-se pelos dias de hoje “saudosos pelo 24 Abril [de 1974] para tentarem reescrever a história com outro 25 de Abril”. Mas, PCP e BE, sobretudo, e PS não se livraram de críticas à direita. João Merino, do CDS-PP, acusou comunistas e bloquistas de apoiarem ditaduras. “Se Álvaro Cunhal não tivesse perdido o golpe de 25 de Novembro, hoje viveríamos sob ditadura russa”, considerou o centrista.

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E hoje a democracia está “doente, minada de vícios”, com a pobreza a atingir “milhares de portugueses”, fruto de “gravosas medidas de austeridade, que têm vindo a suceder-se” e que “atentam contra a própria Constituição da República”, lembrou Isabel Grosso, do PSD. Antes, Luís Neves, da IL, já havia apontado baterias de um espectro ao outro da vida partidária, ao considerar que “a radicalização explorada por alguma classe política, à esquerda e à direita, corrói os alicerces da democracia”. E mais à direita, João Marcelino, do Chega, criticou “fanatismos da esquerda e da extrema esquerda”, antes de recordar que, para o seu par tido, “a liberdade só foi conquistada no 25 de Novembro”.

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