27 Junho 2024, Quinta-feira

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Direcção dos bombeiros do Montijo ameaça demitir-se e denuncia uso indevido de verbas

Direcção dos bombeiros do Montijo ameaça demitir-se e denuncia uso indevido de verbas

Direcção dos bombeiros do Montijo ameaça demitir-se e denuncia uso indevido de verbas

Dinheiro atribuído pela autarquia para fardamentos e compra de ambulância foi utilizado noutras finalidades. Passivo já vai em 150 mil euros

 

A direcção dos Bombeiros Voluntários do Montijo, eleita em Dezembro último, ameaça demitir-se por falta de condições, depois de se ter deparado com um passivo de 150 mil euros já apurado.

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O anúncio foi feito por António Marques, presidente do Conselho Fiscal, que, em representação da direcção e da corporação, durante o período do público na reunião do executivo municipal da passada quarta-feira, lançou um “apelo de desespero” à autarquia.

“Deixamos um apelo desesperado de ajuda. Os ordenados deste mês estão em parte garantidos, mas se não existir solução pela parte administrativa da cidade, esta direcção, na pessoa do seu presidente, apresentará a demissão por falta de condições”, disse, depois de uma intervenção em que detalhou o estado financeiro em que se encontra a associação.

“Após a tomada de posse verifica-se um passivo de 150 mil euros, distribuído da seguinte forma: ao antigo presidente da direcção, Amável Pires, uma dívida de 84 mil euros, dívidas a fornecedores 38 mil euros, combustível de Dezembro 8.600 euros, ordenados das piscinas 2.500 euros, piquete 4 mil euros referentes a Dezembro”, discriminou, para de seguida denunciar o uso indevido, por parte da direcção anterior, de verbas atribuídas àquela unidade.

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“A verba destinada a equipamentos da equipa de intervenção permanente foi gasta no pagamento dos subsídios de Natal. Verifica-se ainda o uso indevido em outros gastos de verbas atribuídas a esta associação na compra de um veículo de socorro que está actualmente a ser pago por leasing. A Segurança Social não foi paga no passado dia 20 por falta de liquidez. O valor de facturação [dos bombeiros] não comporta os gastos mensais”, afirmou.

Nuno Canta, presidente da autarquia, admitiu que a situação é extremamente preocupante, mas lembrou que a Câmara Municipal só poderá atribuir apoios “de acordo com a lei”, através de protocolos.

Joaquim Correia, pela CDU, recordou que o tema já tinha sido levantado. “Já tinha dito aqui que os bombeiros estavam completamente liquidados, porque todos os anos têm prejuízo. Todos nós temos de estar unidos na resolução deste problema. Queremos ser parte da solução e não do problema”, frisou.

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Mais cáustico foi o vereador do PSD João Afonso. “Em várias sessões falei sobre a situação nos bombeiros e aquilo que o senhor presidente dizia era que eu estava errado e enganava os montijenses. Ainda em Dezembro chamei à colação [o facto] de os subsídios atribuídos pela Câmara Municipal não estarem a ser usados para o destino para que eram aprovados e dei o exemplo dos fardamentos. Esta intervenção feita aqui [pelos bombeiros] é das mais relevantes e preocupantes dos últimos anos nesta Câmara Municipal”, atirou.

PSD e CDU sugeriram reunir-se com a gestão socialista para que seja encontrada uma solução em conjunto, mas Nuno Canta não mostrou abertura para acolher a sugestão e disse que o assunto está a ser tratado e voltará a ser apresentado em reunião de câmara.

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