Investimento assenta em apostas inéditas. Nuno Canta diz que simboliza o que a autarquia quer para o futuro da cidade
Mais do que os cerca de 10 milhões de euros de investimento, dos 120 colaboradores e do conjunto de várias valências que apresenta, a Clínica CUF Montijo é caso único na estratégia de expansão do grupo. É a primeira clínica-modelo – projectada para poder ser replicada noutros territórios – e surge de uma parceria com outra entidade, a União Mutualista N. Sra. da Conceição, processo nunca antes tentado pela CUF.
As revelações foram feitas ontem por Rui Diniz, presidente da Comissão Executiva da CUF, logo após o descerramento da placa inaugural do equipamento, apesar de a clínica ter começado a funcionar há 81 dias (abriu portas em 5 de Dezembro último).
“Temos no Montijo uma especificidade. Esta foi a nossa primeira clínica-modelo”, disse o responsável. Ou seja, o conceito da sua construção foi pensado de forma a poder ser “replicável noutros concelhos” e isso até levou a que a sua conclusão fosse mais morosa, explicou.
Esta não é, porém, a única vertente inédita associada à criação desta clínica, uma vez que o processo desenvolveu-se “na sequência de uma parceria” com a União Mutualista. “Algo que não tínhamos feito antes”, apontou Rui Diniz.
O líder da Comissão Executiva da CUF acentuou depois um dos objectivos que norteiam a acção do grupo. “Além de prestarmos cuidados de saúde, temos uma matriz muito centrada em fazer parte da comunidade”, frisou, para lançar mão de um primeiro exemplo nesse sentido. “Hoje [ontem] é uma feliz coincidência termos começado a fazer parte do Conselho Local de Acção Social [do Montijo]. Queremos também fazer parte da vida do concelho.”
Desenvolvimento e emprego
As especificidades que diferenciam a Clínica CUF Montijo das restantes 23 unidades que o grupo tem espalhadas por 15 concelhos do País foram registadas por Nuno Canta, presidente da Câmara Municipal do Montijo, que descerrou a placa inaugural juntamente com Rui Diniz. E o autarca destacou a importância do investimento.
“Ao abrir as suas portas, a Clínica da CUF transforma-se num lugar de produção de cuidados de saúde, num pólo de desenvolvimento e também de criação de emprego qualificado. É por isso um símbolo do que queremos para o futuro da cidade”, afirmou.
Para o edil, ter um grupo privado de saúde a investir na cidade “é um exemplo de confiança”. Até mais do que isso. Apela a todos para que tenham “a consciência da necessidade do sector privado de saúde ser importante também ao desenvolvimento das terras”.
Os serviços de saúde, lembrou, “estão confrontados com enormes desafios”. “Desde logo porque continuamos a não ter um discurso político [no País] clarificador dos papéis atribuídos ao sector privado e ao público. E isso representa aumento de risco para quem investe”, lamentou. “Temos condições de saúde para poder clarificar o espaço de cada um e orientar uma política de saúde de modo a poder responder aos cidadãos e termos ganhos em saúde”, juntou, sem deixar de sublinhar que “a confiança dos cidadãos na saúde ganha-se com resultados concretos, no encurtamento do tempo de espera para consultas, nas cirurgias ou exames complementares, e em mais médicos de família e para primeira intervenção, em mais enfermeiros”, concluiu.
A Clínica CUF Montijo funciona em estreita articulação com o Hospital CUF Descobertas e, de acordo com Rui Diniz, está “ligada à totalidade da rede” de cuidados de saúde do grupo.