Segundo a associação “há postos no Destacamento Territorial do Montijo bastante envelhecidos e a carecer de obras urgentes”
A Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) elogiou esta quinta-feira a Câmara do Montijo pela cedência de um apartamento para militares deslocados, mas lamentou que tenham de ser os municípios a assumir responsabilidades do poder central.
“Não deixa de ser criticável terem os municípios de assumir responsabilidades do poder central”, refere um comunicado divulgado pela APG/GNR na sequência de um contrato de comodato do município com o Comando Territorial de Setúbal da GNR, que disponibiliza gratuitamente um apartamento para alojamento de militares destacados no Montijo.
“Estas situações resultam de décadas de desinvestimento em que as instalações ficaram ao abandono, sem qualquer intervenção e, neste momento, como é o caso, não possuem sequer condições adequadas de funcionamento e muito menos de pernoita”, sublinha a associação dos militares da GNR.
Segundo a APG/GNR, “há postos no Destacamento Territorial do Montijo bastante envelhecidos e a carecer de obras urgentes, como é o caso do da Moita e, ainda, há outros que foram alvo de intervenção única e exclusivamente porque a autarquia assumiu os custos, como é o caso do Destacamento Territorial do Montijo”.
No comunicado, a par do elogio da Câmara do Montijo e do Comando Territorial de Setúbal da GNR, a associação critica o anúncio da ministra da Administração Interna, de que irá ser constituído um grupo de trabalho para identificar as instalações da PSP e da GNR que carecem de intervenção, que considera desnecessário.
“Parece-nos que será, em boa verdade, uma perda de tempo, pois estes estão há muito identificados, alguns até sinalizados pela IGAI em inspeções sem aviso prévio e, o que se exige, no mínimo, é que a Lei de programação de infraestruturas e equipamentos das forças e serviços de segurança seja adequadamente executada e que se consubstancie na melhoria das condições de trabalho dos profissionais da GNR e num investimento real”, adverte a APG/GNR.
“Além das intervenções que possam vir a decorrer, quer sejam de requalificação ou mesmo de reconstrução, importa delinear um programa de manutenção, pois caso contrário, em poucos anos, a situação será semelhante”, acrescenta a associação.
A APG/GNR defende, por isso, que a tutela deve “agilizar procedimentos de investimento até no sentido de o poder central assumir as suas responsabilidades e de cessar a dependência da disponibilidade das autarquias, que têm existido em situações similares um pouco por todo o país, mas que não pode ser sempre uma solução de primeira linha”.