9 Maio 2024, Quinta-feira

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Do “cadáver político” ao “alarve mentiroso”

Do “cadáver político” ao “alarve mentiroso”

Do “cadáver político” ao “alarve mentiroso”

Reunião de câmara do rubro. João Afonso repudiado por todo o executivo municipal. Sessão concorre para o top das mais agitadas

 

O vereador do PSD João Afonso entrou ao ataque, mas saiu arrasado pelos seus pares do executivo municipal na reunião de câmara desta quarta-feira, 6, sessão que concorre para entrar no top das mais agitadas – para não dizer vergonhosas –, pelo menos, da última década.

A discussão entre eleitos, no período antes da ordem do dia, voltou a resvalar para a vulgaridade com o social-democrata a ser acusado por todas as bancadas de mentir recorrentemente e de ser populista. Isto, depois de João Afonso ter pedido a cabeça do vereador socialista José Manuel Santos, na sequência da recente demissão apresentada pelo chefe da Divisão de Cultura, Bibliotecas, Juventude e Desporto, e de ter criticado a postura da gestão PS em relação à polémica em torno da Escola Profissional do Montijo (leia-se: Associação para a Formação e Desenvolvimento Profissional do Montijo).

“O senhor [vereador do PS] perdeu o respeito de grande parte das pessoas do pelouro [da cultura] e do chefe da divisão. Neste momento é um cadáver político, que está à frente do pelouro. Não tem condições para continuar”, disparou o social-democrata na direcção de José Manuel Santos, antes de intervir sobre o caso da escola profissional.

Nuno Canta, presidente da Câmara, foi o primeiro a reagir à intervenção de João Afonso. “É já vergonha alheia haver tanta mentira da sua parte e factos alterados e completamente falseados. É vergonha para nós e até para alguns que aqui o acompanham na sessão”, disse o socialista que, sobre o caso da demissão do chefe de divisão, foi mais cáustico: “A situação não tem mistério nenhum, só na cabeça do vereador [João Afonso] que é um bocadinho oca”.

Maria Clara Silva, vice-presidente da autarquia, reagiu às considerações feitas por João Afonso sobre a escola profissional e atirou: “O senhor é um populista. Não há instituição nenhuma em que o senhor se meta, que não estrague”. E José Manuel Santos foi até Lisboa para se defender do ataque de João Afonso. “Imaginem que se pedia a demissão de cada vereador neste País por um chefe de divisão apresentar a sua demissão… Olhe, vá à Câmara de Lisboa.”

Mas as palavras mais duras vieram de Ilídio Massacote, vereador eleito pelo PSD a quem a comissão política local do partido, liderada por João Afonso, retirou a confiança política.

“O que fez aqui [o vereador João Afonso] foi emporcalhar o nome da instituição [escola profissional], dos seus trabalhadores, alunos, actuais e antigos dirigentes”, considerou Ilídio Massacote, que acusou o seu anterior colega de bancada de ter mentido em várias considerações feitas anteriormente, na câmara e na rede social Facebook, sobre a escola profissional. As situações apontadas por Ilídio Massacote ficaram sem resposta de João Afonso, porém o vereador independente eleito pelo PSD não se ficou por aí.

“Os montijenses têm de saber que uma pessoa que tem a obsessão de ser presidente da Câmara – que duvido muito que venha a ser – mente descaradamente”, adiantou Ilídio Massacote, para acrescentar mais à frente: “O senhor não tem de fazer oposição aos montijenses, às tertúlias, às associações, às organizações, ás forças vivas desta terra. Tem de fazer oposição ao PS, à CDU, de forma séria e honesta. O senhor é um alarve de um mentiroso. Mal estará o Montijo se você mais alguma vez for candidato ou se alguma vez chegasse a ser presidente da Câmara. Emporcalhava esta terra toda”.

Joaquim Correia, vereador da CDU, acusou João Afonso de populismo e, na mesma bancada, João Veiga, vereador substituto, classificou o social-democrata de “kamikaze” e de não respeitar a presunção da inocência apesar de ser jurista.

O período antes da ordem do dia ultrapassou as três horas, mais de metade da reunião que durou pouco menos de cinco horas e meia.

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