10 Maio 2024, Sexta-feira

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Orquestra Sinfónica do CRAM aplaudida de pé no São Carlos

Orquestra Sinfónica do CRAM aplaudida de pé no São Carlos

Orquestra Sinfónica do CRAM aplaudida de pé no São Carlos

Festival ao Largo. Plateia rendeu-se à interpretação dos jovens talentos da escola montijense, acompanhados pela meio-soprano Cátia Moreso

 

Uma noite mágica. Mais uma, a juntar a tantas outras. Mas com a particularidade de ter sido conseguida num palco de responsabilidade maior, num evento de renome internacional. A Orquestra Sinfónica do Conservatório Regional de Artes do Montijo (CRAM) fez levantar na última terça-feira, por mais do que um par de vezes, a assistência no 15.º Festival ao Largo do Teatro Nacional São Carlos.

As centenas que lotaram a “plateia alfacinha” renderam-se à performance da sinfónica do CRAM – que contou com a participação especial da meio-soprano Cátia Moreso – e aplaudiram de pé. Foi o reconhecimento por uma prestação de excelência, alicerçada num reportório composto por temas dos anos 30, 40 e 50 do Século XX, que ficaram eternizados na memória colectiva. “Non, je ne regrette rien”, “La Vie en Rose”, “La Foule” e “Milord”, de Édith Piaf, foram alguns dos clássicos interpretados, a juntar a outros de Marlene Dietrich e de Kurt Weill.

Dirigida pelo professor Ceciliu Isfan, a Orquestra Sinfónica do CRAM – formada, na sua esmagadora maioria, por jovens alunos que atingiram um estágio de maturidade artística elevado, apesar da tenra idade – apresentou mais de 60 elementos em palco.

Esta, de resto, foi a sétima participação do CRAM no Festival ao Largo. A escola de artes montijense já se havia feito representar em edições anteriores pela Orquestra de Sopros e Percussão (duas vezes) e pela Orquestra Sinfónica (três ocasiões), além de ter actuado uma vez como banda de palco na interpretação da obra “1812”, de Tchaikovsky, em conjunto com a Orquestra Sinfónica Portuguesa.

Ceciliu Isfan “Estes miúdos são fantásticos”

Ceciliu Isfan, responsável pela direcção musical da sinfónica do CRAM, destacou a qualidade dos jovens talentos que tem à disposição. “Estes miúdos são fantásticos. Foram duas semanas de trabalho duro [de preparação específica para o festival], a juntar aos seis meses de trabalho semanal e estou muito orgulhoso de todos”, disse, logo após o final da actuação. “Este é um dos festivais top 10 da Europa e fica-nos marcado. O Festival ao Largo tem vários concertos e acho que o nosso foi fantástico”, adiantou, ao mesmo tempo que realçou o trabalho desenvolvido pelo director pedagógico, Ilídio Massacote, e pelo staff administrativo que “tornaram possível o êxito”.

Ilídio Massacote: “Estes momentos compensam todos os esforços e sacrifícios”

O director pedagógico do CRAM realça o exigente nível e a qualidade da performance apresentada no Festival ao Largo

 

O que sente depois de mais uma prestação do CRAM num festival desta dimensão?

Uma alegria enorme. São estes momentos que compensam todos os esforços e sacrifícios que uma comunidade escolar faz e nessa comunidade escolar incluem-se professores, administrativos, auxiliares, alunos, famílias e amigos do CRAM. Uma escola é um projecto de ciclos e em 12 anos de CRAM esta é a terceira geração de alunos. Assim, temos de ter a capacidade de nos reinventarmos e reiniciarmos um projecto com os novos alunos. Por exemplo: estavam em palco alunos de 8 anos, a aluna que estava no flautim tem 12 e teve uma prestação de excelência.

Houve algum momento da actuação que o tenha marcado particularmente?

O concerto no seu todo foi de grande qualidade e em crescendo até terminar com um ‘encore’: “La Vie em Rose”, excelentemente interpretado por Cátia Moreso. Este programa é de enorme dificuldade de junção entre a solista e a orquestra. A instrumentação também criava dificuldades pela sua transparência e expõe muito os vários naipes e, dentro dos naipes, alunos com vários solos. Ceciliu Isfan fez um trabalho de grande qualidade, só ao alcance de músicos de grande qualidade e devoção à arte e ao ensino.

Que balanço faz à actividade do CRAM no final deste ano lectivo?

Foi um ano lectivo intenso, mas com muitos sucessos colectivos e individuais, com concertos e espectáculos de dança, com enorme qualidade, só ao alcance de escolas que são verdadeiras famílias e que trabalham diariamente para oferecer a melhor formação aos seus alunos. Apresentámos o Festival Tejo que levou vários espectáculos a Alcochete, destacando-se o concerto de Artur Pizarro, actuámos em Montijo e inclusive na freguesia de Pegões. Apresentámos o espectáculo de dança “Música no Coração”, um espectáculo com a nossa escola de dança e participação de alunos do nosso coro. A nossa Orquestra de Sopros e Percussão, dirigida pelo professor Pedro Almeida, actuou no Picadeiro Real, antigo Museu dos Coches, no Lisbon Music Fest, e terminámos no Festival ao Largo com a nossa Orquestra Sinfónica. E agora já estamos a preparar o próximo ano lectivo e a sua programação.

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