24 Abril 2024, Quarta-feira
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Profissionais pedem transferência e coordenadora da Via Verde demite-se

Cuidados de saúde primários comprometidos. Três internos de especialidade já saíram. Menos horas médicas e ausência de enfermeiros

 

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Seis profissionais dos serviços de saúde primários do Montijo pediram transferência, o que, a concretizar-se, irá afectar as unidades que prestam estes cuidados na cidade. E a médica Laura Diogo pediu a demissão da coordenação da Via Verde do Centro de Saúde da Avenida Luís de Camões. Além disso, três internos de especialidade já bateram com a porta, sabe O SETUBALENSE.

Entre os profissionais que pediram transferência contam-se secretários, enfermeiros, especialistas e médicos de medicina geral e familiar. A coordenadora da Via Verde do Centro de Saúde do Montijo – modelo que visa responder aos milhares de utentes que não têm médico de família atribuído – apresentou a demissão da função a 28 de Janeiro último.

A capacidade de resposta, ao nível dos cuidados de saúde primários, fica comprometida, até porque, a concretizarem-se as saídas, vão haver maiores constrangimentos, desde logo ao nível da saúde materna, apurou O SETUBALENSE junto de fonte ligada ao processo. Vão haver “menos horas médicas e ausência de enfermeiros para atendimento de grávidas e puérperas”, da forma como tem sido garantido até à data, adiantou a mesma fonte.

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Apesar da abertura da Unidade de Saúde Familiar Aldegalega em Setembro último, a situação continuou caótica. No final do ano passado, o Centro de Saúde do Montijo funcionava apenas com duas médicas a tempo inteiro, seis enfermeiros e seis assistentes técnicos para dar resposta a mais de 23 mil utentes sem clínicos de família, a juntar ainda aos 10 a 12 mil imigrantes não contabilizados por não estarem inscritos ou recenseados. E os profissionais de saúde denunciavam o caso a O SETUBALENSE, ao mesmo tempo que ameaçavam bater com a porta caso a tutela não reforçasse as equipas no início deste ano. Queixavam-se de que foram “forçados a implementar a Via Verde sem meios” e lembravam que para uma resposta eficaz e eficiente seriam “precisos 18 médicos, 22 enfermeiros e 10 a 12 assistentes técnicos”.

“Os secretários estão a dois terços, os enfermeiros estão a metade e os médicos estão a um terço. Isto é inconcebível. Se não colocarem recursos humanos na minha área, sairei da função pública”, garantia na altura uma das profissionais. E depois era lançado um alerta: o Centro de Saúde caminhava “para uma morte iminente” e “ninguém” aguentaria aquele ritmo “por muito mais tempo”.

O diagnóstico já havia sido transmitido ao Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Arco Ribeirinho e, consequentemente, à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT). Mas o reforço das equipas não se efectivou como pretendido e vários profissionais pediram transferência para outros agrupamentos de saúde. Até ao fecho desta edição não foi possível a O SETUBALENSE registar a reacção das entidades competentes.

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