8 Maio 2024, Quarta-feira

Força Aérea diz que deixar Montijo custa 372 milhões

Força Aérea diz que deixar Montijo custa 372 milhões

Força Aérea diz que deixar Montijo custa 372 milhões

Transferência da BA6 para outras bases, para construção do aeroporto complementar no Montijo, custa ainda mais 21,7 milhões para o Exército e Marinha

 

A saída das missões da Força Aérea da base do Montijo e a transferência para outras bases custará 372 milhões de euros, mais 21,7 ME com custos relacionados com o Exército e a Marinha, prevê o ramo. Estudo foi discutido esta quarta-feira na Assembleia da República.

Fontes ligadas ao processo disseram à Lusa que o estudo realizado pela FAP (Força Aérea Portuguesa) sobre as implicações da construção de um aeroporto complementar à Portela na base militar do Montijo prevê um custo de 73 ME com a reactivação de Tancos, 31 ME com a transferência de parte da operação para a base de Sintra e 05 ME para a base de Beja.

A estimativa inclui uma despesa de 20 ME para a desativação do dispositivo na base n.º 6, Montijo, incluindo 6,5 milhões de euros para obras de estruturas da NATO ali sediadas.

O estudo, que foi entregue ao Governo no final de Abril e discutido esta quarta-feira, à porta fechada, na primeira parte da audição parlamentar ao ministro da Defesa, Azeredo Lopes, estima ainda 242 ME com custos relacionados com a deslocalização do Campo de Tiro de Alcochete, somando no total 372 milhões de euros.

A este valor, o relatório da FAP prevê que a Marinha precisará de 14 ME para deslocalizar os seus helicópteros da base do Montijo para outra base e que o Exército precisará de 7,7 ME para retirar o efetivo atualmente em Tancos.

No estudo, segundo as mesmas fontes, a FAP considera previsível que a construção de um aeroporto civil complementar ao da Portela no Montijo implique um rápido aumento do tráfego aéreo, tornando inviável manter a operação no Montijo, tal como está, a partir de 2023/24.

O governo solicitou em Fevereiro à FAP um estudo para avaliar todos os impactos da coexistência das operações civis e militares na Base Aérea n.º 6, no Montijo, a médio e longo prazo.

Em declarações à Lusa, em janeiro, o chefe do Estado Maior da Força Aérea, Manuel Rolo, já tinha advertido que a “coabitação” civil e militar na base do Montijo só será viável enquanto o número de movimentos for reduzido.

“Queremos acreditar que parte do nosso dispositivo poderia coabitar com a actividade civil, enquanto o número de movimentos for reduzido. Se o número de movimentos aumentar de forma exponencial essa capacitação é capaz de estar de facto comprometida”, admitiu na altura o general Manuel Rolo.

Lusa

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