O Grupo Municipal do Partido Socialista na Assembleia da Moita absteve-se na votação das Grandes Opções do Plano e Orçamento de 2018, uma vez que afirmam estar “indisponíveis” para serem “condescendestes com as políticas de esvaziamento da CDU”, no concelho.
Com esta posição, os eleitos socialistas pretendem “dar um sinal claro à população do concelho da sua disponibilidade na construção de outro caminho, um caminho de oportunidades nunca antes explorado e que pode contar com o seu contributo”, destacam.
Os socialistas entenderam que era “fundamental” assumir esta posição, porque avaliam que a força política mais votada nas últimas eleições autárquicas “não soube, ou não quis, interpretar os resultados eleitorais”, referindo-se à perda da maioria absoluta que a CDU detinha desde sempre.
A líder do Grupo Municipal do PS, Eurídice Pereira, refere que “é evidente que a situação exigia uma auto-avaliação e daí tirar consequências de governação que fossem para além de encontrar no PSD a muleta.”
Eurídice Pereira manifestou o seu desagrado perante a forma como o concelho da Moita tem sido conduzido e deixa claro que o PS não se revê nessa forma de gestão.
“Queremos deixar bem expresso que não nos revemos, agora como antes, não só na forma como casuisticamente se conduz o concelho, como entendemos que uma governação tem de se assumir pela capacidade permanente de se reinventar, de introduzir inovação, criatividade, estímulo, envolvimento colectivo e particularmente saber ouvir para melhor planear e executar. A auto-avaliação permanente, em política, não é uma penalização, nem uma fraqueza, é uma exigência”, disse.
“Na proposta do Plano que nos é presente não se define uma gestão por objectivos, centrada em estratégias claras sobre o que se pretende para o concelho e o que se quer que ele seja”, acrescenta.
Mantendo um discurso de alerta, a eleita salienta que “o grave deste impasse para o concelho é que a continuidade na estagnação não é resultado de qualquer incapacidade dos seus protagonistas. Trata-se de uma opção. A opção que visa manter um concelho de oferta mediana, quando não medianamente baixa, evitando estimular a participação alargada dos cidadãos, é uma opção, mais tarde ou mais cedo, condenada”.
Os socialistas referem ainda que o concelho da Moita é dos mais populosos do distrito de Setúbal, tem posição geográfica que podia ser estratégica, nomeadamente para o contributo do sector produtivo e, especialmente, em sectores como a agro-pecuária ou a agro-industrial.
“Existem sinergias que podiam e deviam ser mobilizadas, nomeadamente no quadro da interligação entre concelhos, dos quais destacamos os seis do arco ribeirinho e nelas o município da Moita, encontrar um clima propício para a qualidade habitacional, que é por demais evidente que escasseia, e apostar na oferta de serviços atractivos que colaborem na fixação dos mais jovens e fidelizem os que estão de passagem”, concluem, referindo que a construção do aeroporto seria um factor colaborativo destes objectivos.