União de Freguesias do Gaio-Rosário e Sarilhos Pequenos convida utilizadores do espaço a depositar lixo em peça artística
A praia fluvial do Rosário, considerada “uma das melhores” da Área Metropolitana de Lisboa, conta desde esta terça-feira com um recipiente de grande dimensão destinado à recolha de resíduos de plástico, que convida os utilizadores e banhistas desta zona a fazerem um passeio pelos largos quilómetros de areal ali existentes e depositarem os seus restos num “artístico contentor” com a forma de um peixe.
De acordo com a União de Freguesias do Gaio-Rosário e Sarilhos Pequenos, esta será a melhor forma dos banhistas que utilizam esta zona ajudarem a “pagar” o acesso para desfrutarem de um dia de praia ou de ‘jogging’ à beira-Tejo.
“Consideramos ser nossa obrigação zelar ao máximo pela conservação do ecossistema, numa praia extensa, cujo areal é utilizado para lazer e para trabalho”, justifica a Junta, que implementou a iniciativa “Vai à praia do Rosário? Pague com plástico”.
De acordo com Ana Costa, presidente desta União de Freguesias, “a pressão da poluição do plástico sobre as águas e margens do Tejo é tremenda, bem visível, e se dermos aos utilizadores uma forma simpática de retribuir o que a natureza proporciona, tudo fica mais fácil”, alerta.
A instituição diz não ter dúvidas de que a instalação no local do ‘Plasticossaurus Rosarensis’ – nome científico do recipiente com a forma de um peixe que permitirá a recolha –, possibilitará “reter toneladas de plástico que de outro modo acabariam no Tejo”, acrescenta a autarca. “A consciencialização de que não podemos continuar a aceitar maltratar o meio ambiente tem de ser um facto”, destaca Ana Costa, defensora da instalação desta estrutura naquele areal e, em breve, a outros pontos do seu território.
“Abraçamos a ideia da mesma forma que o Tejo nos envolve”, refere, acrescentando que o actual executivo tem na sua lista de preocupações as questões ecológicas e que, tanto as crianças como os adultos, possam “competir entre esses locais [para perceberem] quem consegue recolher a maior quantidade” de resíduos possível, alimentando deste modo “uma rivalidade acesa e saudável entre a comunidade”.
“Pagar com plástico, parece-nos uma modalidade barata e muito fácil de concretizar”, defende a presidente desta União de Freguesias, acreditando que as pessoas “pagarão” de muito boa vontade. Para inaugurar o espaço, a autarca procedeu ao depósito de um recipiente de plástico, que retirou do areal desta praia. A peça, criada pelo escultor Pedro Marques, teve como inspiração a Terra e o Mar e foi feita em ferro.