26 Junho 2024, Quarta-feira

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Pedro Ferreira: “As populações de Moita e Montijo podem estar descansadas com os seus bombeiros”

Pedro Ferreira: “As populações de Moita e Montijo podem estar descansadas com os seus bombeiros”

Pedro Ferreira: “As populações de Moita e Montijo podem estar descansadas com os seus bombeiros”

O comandante dos Voluntários da Moita garante que os elementos das duas corporações apresentam “grandes capacidades técnicas”. Mas lamenta a falta de meios

 

Saiu do cargo de Comandante dos Bombeiros do Montijo em completa ruptura com a direcção e acabou por assumir a mesma função na corporação da Moita, perante a contestação de alguns elementos que pretendiam outra escolha da direcção. Volvidos pouco mais de três meses, Pedro Ferreira, 54 anos, garante que a estabilidade reina no seio do corpo activo moitense.

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Revela as principais medidas do projecto que pretende concretizar na unidade e lamenta o “desinvestimento” dos sucessivos governos nos bombeiros.

Qual é actual situação nos Bombeiros da Moita, após a contestação de que foi alvo? É estável?

Tudo o que existiu, passou. Está também a ser tratado. E agora temos uma situação estável.

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Houve ameaças de deposição de capacetes junto ao quartel.

Essa tentativa nunca foi concretizada. Foi um movimento que foi feito por meia-dúzia de bombeiros, não mais do que isso. Os 80% [dos elementos] de que se falava que quereriam sair e tudo mais, saíram três. Estão dois na inactividade. Portanto, não passou disso.

Esta foi uma situação um pouco idêntica à experimentada aquando da sua ida para a corporação do Montijo. Onde reside o problema, na pessoa de Pedro Ferreira ou dentro dos corpos activos de bombeiros que pretendem escolher comandantes?

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Na pessoa de Pedro Ferreira não deve ser, porque as provas estão dadas há bastantes anos. As pessoas que me conhecem a nível nacional sabem do meu trabalho, sabem o que sou. O que posso dizer é que este sistema de bombeiros voluntários no nosso país está um pouco falido. São as direcções que têm de dar o passo para a escolha do comandante, poderão ou não ouvir o corpo activo, depois compete ao comandante escolher o seu elenco e propô-lo à direcção. Todo o elenco de comando é aprovado pela direcção. Será assim, enquanto não se mudar a lei.

E acha que deveria ser mudada?

Penso que poderíamos achar aqui outro tipo de soluções. E a escolha como foi feita nos Voluntários da Moita até podia ser ponto de partida. Éramos três pessoas a concorrer para o lugar, que responderam a questões iguais colocadas pela direcção (só havia duas pessoas encarregues deste processo) e as respostas foram levadas a reunião de direcção identificadas por letras e não pelos nomes dos candidatos. Ou seja, escolheram o comandante consoante as respostas dadas. Só depois é que as restantes pessoas da direcção souberam quem era o candidato.

Que diferenças encontrou entre corporação do Montijo, de onde saiu, e esta que agora assumiu na Moita?

São bombeiros com grandes capacidades técnicas, quer no Montijo quer na Moita. São muito capazes e as populações podem estar descansadas com os seus bombeiros. Em termos de direcção, houve algumas diferenças. A direcção dos Bombeiros da Moita dá abertura para que possamos trabalhar, existe mais diálogo e isso faz com que as coisas corram muito melhor do que no Montijo.

O projecto que delineou para os Bombeiros da Moita já permitiu começar a implementar medidas?

Estes últimos três meses têm sido nesse sentido, de uma aproximação maior dos bombeiros à população que queremos aprofundar. Colocar mais equipas a funcionar 24 horas no pré-hospitalar. Já está a ser feito, tínhamos uma equipa com profissionais na emergência médica e neste momento já temos duas e estamos a caminho de uma terceira. Já existe a possibilidade de renovar o nosso parque de viaturas. Temos veículos com 30 anos, o que faz com que a nossa resposta possa às vezes ser posta em causa, se houver uma avaria, por exemplo. Tivemos um acidente com o nosso veículo INEM há cerca de três semanas, ficámos reduzidos a três ambulâncias de socorro, e na semana seguinte avariaram-se duas. Ficámos com uma para dar socorro a 66 mil habitantes. Também quero criar um posto de emergência com motos, para que se possa chegar à vítima enquanto não chega uma ambulância, o que pode ser o garante para salvar a vida de uma vítima.

Como está o processo de criação de uma 2.ª Equipa de Intervenção Permanente (EIP)?

Foi assinado recentemente com a Câmara Municipal, espera-se a homologação do Ministério da Administração Interna que irá acontecer.

Uma das questões prementes nos últimos tempos tem sido a falta de ambulâncias na região, com necessidade de se recorrer a corporações de outros pontos da Área Metropolitana de Lisboa. É assim ou nem tanto?

É verdade! Também se deve um pouco ao desinvestimento que tem sido feito nos corpos de bombeiros, sobretudo na margem sul. Notamos isso, não só deste como de outros governos. E ainda à retenção de macas que é feita nas urgências dos hospitais.

O futuro dos bombeiros passa pela profissionalização ou por um aprofundamento de um sistema misto, profissional e voluntário, até porque há quem diga que a profissionalização total implicaria qualquer coisa como 2 mil milhões de euros/ano?

Passa sempre por profissionalizar os corpos de bombeiros, por fazer uma situação mista em que os voluntários sejam para apoio e assentar sempre o socorro no profissional. Por isso é que quero profissionalizar as ambulâncias de socorro na Moita, para podermos prestar um melhor serviço à população.

O que mais o preocupa, face aos teatro de operações já vividos neste período na Moita?

Preocupa-me muito estarmos afastados da zona do Vale da Amoreira e da Baixa da Banheira. Está prevista a criação de um destacamento, com a segunda EIP a ser colocada na zona do Vale da Amoreira.

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