Reabilitação de edifício histórico permite incluir equipamento na rede de espaços culturais
O antigo palacete do Morgado da Casa da Cova, que pertenceu aos Condes de Sampayo, abriu ao público no último sábado, em Alhos Vedros, após ter sido dada por concluída a primeira fase das obras de reabilitação deste espaço histórico do município da Moita. Carlos Albino, presidente da autarquia, afirmou que “é com imenso orgulho que inauguramos e apresentamos este novo equipamento da rede de infraestruturas culturais do concelho”, espaço que considera ser “um novo e importantíssimo recurso cultural que projecta o palacete [como] a futura sede do Museu Municipal”.
Localizado no Cais do Descarregador, o espaço abriu portas na mesma data em que foi inaugurada uma exposição da colecção Régia, que reúne um conjunto de pinturas do século XVIII e que retratam e representam os reis de Portugal, da autoria do pintor e retratista Miguel António do Amaral.
Na altura, o autarca moitense revelou que “os serviços municipais de cultura estão a preparar o programa museológico para o futuro Museu Municipal, tendo como desafio assegurar os requisitos que permitam a sua credenciação e integração na Rede Portuguesa de Museus”, tendo o espaço ficado funcionalmente ligado ao Moinho de Maré da Azenha ali situado.
O equipamento constitui-se como “um único espaço cultural com versatilidade e condições para acolher projectos culturais e artísticos de diferentes naturezas e características”, desde exposições a conferências, incluindo pequenos espectáculos. De acordo com a autarquia, a primeira fase de intervenção de conservação e restauro daquele palacete, num projecto do atelier Víctor Mestre – Sofia Aleixo arquitectos, ficou orçado em mais de 920 mil euros, com a intervenção a ser cofinanciada pelo programa Lisboa 2020, Portugal 2020 e pela União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).
Segunda fase dos trabalhos vai concluir intervenção
Em declarações a O SETUBALENSE, Carlos Albino adiantou que a segunda fase para conclusão do projecto está ainda prevista para este mandato. “Queremos devolver a esta freguesia o orgulho de ser alhosvedrense e o reconhecimento do papel importantíssimo que este espaço teve ao longo da sua história”, recordando que aquele espaço museológico servirá todo o concelho.
O autarca revelou que na segunda fase da intervenção, perspectiva-se “que seja restaurada a fachada do moinho, com a criação de um passadiço de ligação franca ao Parque das Salinas, para que seja fácil a chegada dos visitantes a este equipamento, com as salas que ainda falta recuperar e para que possam possuir acervo e outras áreas necessárias para que este passe a ser um museu concelhio”.
Em relação ao piso superior do palacete, Carlos Albino adiantou que o projecto “já está a ser feito”, sublinhando que a autarquia estará atenta para fazer uma candidatura ao PT 2030, que “permita realizar esta intervenção e que não seja tão onerosa para o município”, apesar de acreditar que esta “nunca será inferior a um milhão de euros”.
O espaço está agora aberto ao público em geral, com a exibição da Colecção Régia, que se encontra à guarda do município desde os finais do século XIX, sendo única no país e constituída por um total de 26 quadros, dos quais 19 integram a exposição agora inaugurada e que se encontram em exibição ao público pela primeira vez, numa zona ribeirinha de onde foram retiradas algumas embarcações, em coordenação com a Administração do Porto de Lisboa (APL), num trabalho de parceria que criará uma nova centralidade no território.