Intervenção da Fundação Santa Maria Rafaela, orçada em dois milhões de euros, vai necessitar de angariar donativos junto de empresas e particulares para concluir projecto.
O Palacete da Quinta Fonte da Prata, situado na freguesia de Alhos Vedros, na Moita, está a ser alvo de obras de recuperação pela Fundação Santa Maria Rafaela desde o início deste ano, numa intervenção que deverá prolongar-se por um período de quatro anos. Com um valor patrimonial total que ascende a 215 mil euros, o espaço edificado por volta de 1910, na altura propriedade de Eloy Castanha, foi adquirido em 1979 pela autarquia moitense e vai agora obrigar a um investimento de dois milhões de euros, após a cedência em direito de superfície àquela instituição, em Março do ano passado, para a sua reabilitação.
A verba para tornar realidade esta regeneração do espaço, terá de ser “angariada através de donativos de empresas e particulares”, para que a fundação possa ali desenvolver a sua actividade e concluir os trabalhos dentro dos prazos inicialmente estipulados. “As obras nas coberturas do edifício já começaram”, revelou ao jornal O SETUBALENSE a presidente do Conselho de Administração, Maria José Gonçalves, que explicou que “a reconstrução terá de ser faseada” e de acordo com as prioridades existentes.
Os trabalhos foram iniciados no princípio de 2020 e a este propósito, a responsável referiu recentemente que “são muitas as pessoas que se lembram do palacete e que vão ficar satisfeitas com a sua recuperação, para no futuro podermos chegar a mais pessoas”, disse, no âmbito da actividade “meritória” que é realizada pela fundação.
O palacete em causa encontra-se instalado numa área superior a 10 mil metros quadrados e é composto por três núcleos: o palacete, que a fundação se comprometeu a recuperar num espaço de cinco anos, para manter a sua traça original, para além da Casa dos Voluntários (que permitirá receber grupos com quem trabalha), e o núcleo dos armazéns, para acolher várias crianças que residem naquele bairro e zonas limítrofes. A responsável refere que a fundação necessita de “uma almofada financeira que nos ajude a realizar as obras seguintes”, no entanto, acredita que será difícil manter o interior do palacete tal como estava, devido ao estado de degradação em que se encontrava e até de destruição, após um incêndio ocorrido no local a 15 de Abril de 2018 e que causou um grande prejuízo no edifício, tendo na altura ruído a cobertura e mais tarde parte dos pavimentos.
Fundação iniciou actividade na Moita em 2010
O espaço vai ter como vizinha a plataforma logística da ALDI, cuja construção já se iníciou naquela zona. A fundação, que deu início à sua actividade no concelho da Moita em 2010, com origem na congregação Escravas Coração de Jesus, já lançou o apelo a todos que sintam vontade em partilhar esta obra de reconstrução, na medida do possível e de acordo com a disponibilidade de cada pessoa. Previsto está o desenvolvimento de diversas actividades “nas áreas da formação, assistência social e desenvolvimento pessoal e profissional”, acrescentam no site da fundação.