Participantes analisaram construção de Plano Municipal para o concelho
O Moinho de Maré de Alhos Vedros recebeu na última semana, uma acção de formação dinamizada pela Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG), no âmbito do Protocolo de Cooperação para a Igualdade e a Não Discriminação, celebrado em Agosto com a Câmara Municipal da Moita.
A referida acção contou com a participação de elementos da Equipa para a Igualdade na Vida Local e representantes de diferentes unidades orgânicas daquele município, nas áreas da Educação, Cultura e Juventude, Informação e Relações Públicas, mas também da Administração Urbanística e Recursos Humanos.
O encontro serviu para “preparar a construção do Plano Municipal para Igualdade e Não Discriminação do concelho”, tendo, no âmbito do protocolo estabelecido com a autarquia, sido nomeadas as conselheiras locais Lígia Carvalho, actual chefe da Divisão dos Assuntos Sociais, como Conselheira Local Interna, e Eunice Lopes, técnica superior do Agrupamento de Escolas da Baixa da Banheira e Vale da Amoreira, na qualidade de Conselheira Local Externa.
De acordo com a câmara, ambas as responsáveis terão como objectivo “acompanhar e dinamizar a implementação das políticas locais para a cidadania e a igualdade de género”, no âmbito da assinatura deste protocolo de cooperação, que se insere no compromisso assumido pela autarquia na área da igualdade e promoção dos direitos humanos.
A realização de acções que concorram para a territorialização da Estratégia Nacional para a Igualdade e a Não Discriminação, entre 2018 e 2030, é um dos objectivos, nomeadamente, no que se refere à eliminação dos estereótipos, ao combate à discriminação e prevenção, à violência contra as mulheres e a violência doméstica.
A este propósito e segundo a Associação para o Planeamento da Família (APF), entre os factos de desigualdade que mais se destacam, está o facto de as mulheres terem uma esperança de média de vida mais elevada que os homens, o que “torna o apoio social muitas vezes insuficiente, dado que as mulheres estão sempre sobrecarregadas com o apoio a terceiros”, nomeadamente, com os cuidados de crianças, doentes e de pessoas mais velhas.
O desemprego continua também a afectar mais o sexo feminino que, a par das crianças, são “as grandes vítimas da exploração sexual”. De acordo com dados revelados pela Organização Mundial de Saúde, são as mulheres que “manifestam maiores níveis de ansiedade e de depressão”, devido a situações despoletadas pela pressão da vida quotidiana.
Salários continuam a ser mais elevados para homens
No que toca ao mercado de trabalho, os salários para as mesmas funções continuam a ser “mais elevados para homens do que para as mulheres”, que contribuem para a economia, não apenas com o trabalho remunerado e não remunerado realizado no seio familiar, mas também com as tarefas domésticas, que muitas vezes “são simbolicamente desvalorizadas”.
A promoção da igualdade de género, segundo informações disponibilizadas pela mesma associação, deve passar pelo “sucesso das políticas e das medidas destinadas a apoiar ou a reforçar a promoção da igualdade entre os sexos”, bem como uma melhoria do estatuto das mulheres, que deverá basear-se “na integração de uma perspectiva de género nas políticas gerais relacionadas com todas as esferas da sociedade”, assim como na “implementação, a todos os níveis, de acções com suporte institucional e financiamento adequado”.