O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou ontem na Moita que as mulheres não podem “descansar nas boas vontades do poder legislativo”, referindo que têm que lutar para alcançarem o “objectivo justo da igualdade”.
“As mulheres portuguesas não podem descansar nas boas vontades do poder legislativo ou executivo. Têm que participar e lutar muito para conseguir esse grande objectivo, justo, da igualdade no trabalho, na família e na sociedade”, disse Jerónimo de Sousa.
O secretário-geral do PCP participou num almoço da célula do PCP na Câmara Municipal da Moita comemorativo do Dia Internacional da Mulher, no Clube Recreativo do Penteado, no concelho da Moita.
O Governo vai apresentar “em breve” uma proposta, na concertação social, com vista à igualdade salarial entre homens e mulheres, anunciou o primeiro-ministro, António Costa, com o secretário-geral do PCP a responder a esta intenção.
“Este anúncio precisa de ser explicitado e concretizado. Hoje a relação laboral e as malfeitorias introduzidas, a própria meça de caducidade dos contratos colectivos, a ser concretizada, afecta homens e mulheres e acentuará essa discriminação que existe em relação às mulheres portuguesas”, defendeu.
Jerónimo de Sousa referiu que as questões laborais, salariais e a criação de condições para que a mulher possa responder no “seu trabalho, à sua vida e à sua família” são fundamentais, mesmo que “tenham que haver discriminações positivas”.
“Falamos muito em igualdade, mas no concreto isso muitas vezes traduz-se em sobrecarga para as mulheres, mesmo que seja em coisas pequenas, como a disponibilidade para a família ou no trabalho, onde ainda são olhadas de forma preconceituosa”, salientou.
O secretário-geral do PCP defendeu que a igualdade “está longe de ser uma realidade” e aproveitou ainda a oportunidade para apelar à participação na manifestação do Movimento Democrático da Mulheres (MDM) que vai ocorrer no sábado, em Lisboa.