No próximo mês de Abril, o Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, na freguesia da Baixa da Banheira, completa o seu 16º aniversário, num tempo marcado por uma crise pandémica que afastou o público de um espaço que se tem mantido encerrado ao público, à semelhança de todos os outros que acolhem espectáculos por todo o país e onde, anteriormente, funcionou o antigo estúdio Cine-Parque durante um período de mais de quatro décadas.
Na altura, recorde-se, eram visionadas no local sessões de cinema aos fins-de-semana, com matinées ao domingo, e duas vezes ao longo da semana. Localizada junto ao edifício daquela junta de freguesia e do Parque Zeca Afonso, a antiga sala não conseguiu sobreviver à crise que se instalou, devido à disseminação da televisão e, mais tarde, na sequência do surgimento dos próprios clubes de vídeo, tendo a empresa cinematográfica da vila cessado a exploração daquele equipamento nos princípios dos anos 90.
A 17 de Janeiro de 1996, o edifício é adquirido pelo município da Moita, por proposta do vereador José Manuel Figueiredo, pelo valor de 60 mil contos, tendo em conta “a sua importância no contexto do desenvolvimento cultural e recreativo” do concelho e a necessidade de dotar a vila com um núcleo da Biblioteca Municipal. Entretanto, com o falecimento do autarca, a Câmara da Moita decide prestar-lhe homenagem com a atribuição do seu nome ao presente equipamento, cuja abertura do concurso público aconteceu a 23 de Outubro de 2002. A obra de adaptação do velho Cine-Parque a um novo espaço multiusos, viria a ser adjudicada por mais de 1,3 milhões de euros.
A recuperação do espaço exigiu que, além do referido pólo da biblioteca, fosse incluída naquele projecto a criação de um auditório/sala de espectáculos, uma sala de exposições, com um pequeno auditório para conferências, e um café-concerto com esplanada.
“Preservar a memória e cuidar do futuro”
A 25 de Abril de 2005 o então presidente da edilidade, João Lobo, inaugurava o Fórum Cultural: “esta nova casa dedicada à cultura que acabam de conhecer e que, a partir de hoje, abre as suas portas ao público tem, para nós, um enorme significado e uma carga simbólica que a atribuição do nome de José Manuel Figueiredo consubstancia de forma particular”, destacava o actual presidente da Assembleia Municipal.
Naquela data, o autarca moitense lembrava que “preservar a memória e cuidar do futuro poderia ser o lema deste equipamento”.
Já para o vereador Miguel Canudo, na altura responsável pelo pelouro da Cultura, o novo fórum significava “uma obra da Liberdade”, para que pudesse acontecer “Liberdade em Cultura”, destacava na nota de encerramento da obra lançada na data de inauguração, o livro “Fórum Cultural José Manuel Figueiredo – Da aquisição à inauguração”, coordenado por Francisco Cavalheiro Gomes e editado por este município.