As consultas decorrem todos os dias úteis de forma presencial para os utentes, mas os médicos fazem o atendimento à distância
O novo Centro de Saúde da Baixa da Banheira passou a contar, desde a passada segunda-feira, com videoconsultas de medicina geral e familiar, de forma a dar resposta ao elevado número de utentes sem médico de família atribuído, anunciou a Unidade Local de Saúde do Arco Ribeirinho (ULSAR), que classifica este projecto como “inovador”.
As videoconsultas decorrem “todos os dias úteis, entre as 14 e as 20 horas, de forma presencial para os utentes, com recurso a médicos especialistas que se encontram à distância”, indica a ULSAR. Estão previstas, no âmbito deste projecto, “mais 36 consultas” diárias. Antes do atendimento médico, os utentes “terão acesso a uma consulta presencial de enfermagem”, explica a ULSAR. “Os utentes contam, igualmente, com o apoio e encaminhamento dedicado de assistente técnico e assistente operacional”, adianta.
Anabela Ribeiro, directora clínica para a área dos Cuidados de Saúde Primários da ULSAR, admite que a realização de videoconsultas foi a solução encontrada para dar resposta ao elevado número de utentes sem médico de família, que estão abrangidos pela cobertura da recém-construída Unidade de Saúde Familiar.
“A falta de médicos de família é um problema transversal a toda a região de Lisboa e Vale do Tejo. Só na unidade da Baixa da Banheira temos perto de 15 mil utentes sem médico de família atribuído, num universo de cerca de 20 mil utentes inscritos. Avançar com este projecto foi uma solução óbvia para o Conselho de Administração, porque o principal são os utentes”, afirma a responsável, no mesmo comunicado divulgado pela ULSAR.
Anabela Ribeiro vinca ainda que “os cuidados de saúde primários são um pilar fundamental no seio do Serviço Nacional de Saúde (SNS), pela relação de proximidade que estabelecem com os utentes, respondendo e acompanhando as necessidades de saúde da população”.
O Centro de Saúde da Baixa da Banheira, constituído no modelo de Unidade de Saúde Familiar, abriu portas em 8 de Julho passado, depois de a Câmara Municipal da Moita ter cedido o terreno com cerca de 13.500 metros quadrados para a construção do equipamento e assegurado a gestão da empreitada. A obra representou um investimento de 2,5 milhões de euros e beneficiou de financiamento ao abrigo do Programa Lisboa 2020.