Trabalhadores da autarquia recolheram plástico e caixas de esferovite, lançando apelo à população para colocar resíduos no sítio certo
A Câmara da Moita procedeu, na última semana, à recolha de uma quantidade significativa de lixo marinho, que devido à ocorrência de marés vivas, terá ficado “depositado na zona de sapal e no percurso da ciclovia ribeirinha” que liga aquela vila à localidade do Rosário.
De acordo com a autarquia, entre os detritos recolhidos, predominaram os objectos de plástico, nomeadamente “as garrafas, garrafões e caixas de esferovite”, confirmando deste modo a informação fornecida pela Associação Portuguesa de Lixo Marinho, segundo a qual, mais de 90 por cento dos resíduos encontrados nas costas portuguesa são relativos a materiais de plástico.
“O fenómeno observado nos últimos dias à beira-Tejo recorda-nos, mais uma vez, que os sistemas naturais não conhecem fronteiras e são interdependentes, sendo o lixo marinho um dos problemas globais mais graves dos oceanos, rios e estuários”, lembra o município. Particularmente nocivo para o meio ambiente, o plástico “degrada-se lentamente, transformando-se em microplástico, pequenas partículas que são absorvidas pelos seres vivos e entram em todas as cadeias alimentares”, chegando mais tarde à mesa de todos.
Para além dos detritos “arrastados pelas marés para a ciclovia”, agora retirados pela câmara, foram ainda recolhidos objectos descartados “irresponsavelmente na via pública”, de que são exemplo múltiplas máscaras de protecção ao Covid usadas. O município da Moita recorda que os equipamentos de protecção individual contra a pandemia – máscaras, luvas, viseiras e batas –, não são recicláveis e “devem ser depositados nos contentores de resíduos indiferenciados”.
A par das acções organizadas por municípios, no ano passado, só através da campanha ECOPRAIAS — “Vamos Reciclar à Beira-Mar”, promovida pela Amarsul, foram recolhidas 165 toneladas de resíduos em praias e outras zonas costeiras do distrito de Setúbal.
Campanha “Lixo no local certo é que está certo”
Devido à acumulação deste tipo de resíduos nos aterros sanitários, a autarquia deixa o conselho que “será também mais sustentável para o meio ambiente o uso de máscaras reutilizáveis, em vez das máscaras descartáveis”.
Com efeito, os serviços municipais “continuam a deparar-se diariamente com muito lixo arremessado para o chão”, situação que constitui “um problema para a imagem e ambiente urbano”, mas também ao nível da salubridade e da saúde pública. Recorrendo ao ‘slogan’ promocional “Lixo no local certo é que está certo”, a edilidade lembra que os resíduos que não são colocados em papeleiras ou contentores, acabam por se dispersar com o vento e acumular-se “em linhas de água, rios e mar, poluindo o ambiente a uma escala p