Artemrede apostada em fortalecer centralidade da cultura nas políticas públicas

Artemrede apostada em fortalecer centralidade da cultura nas políticas públicas

Artemrede apostada em fortalecer centralidade da cultura nas políticas públicas

Estrutura cultural defende fórum político, internacionalização, dinamização de comunidades criativas e formação profissional

A Artemrede, projeto que conta com a Moita entre os seus 17 municípios associados, celebrou 20 anos de existência no passado sábado e pretende fortalecer a centralidade da cultura nas políticas públicas neste próximo triénio.

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Para o efeito, a estrutura elaborou um plano estratégico (2025-2027), alicerçado em nove linhas de acção. Entre as medidas preconizadas encontram-se a criação de mais um fórum político, a internacionalização, a criação de comunidades criativas, a formação profissional, a definição e desenvolvimento de uma estratégia de comunicação e a criação de um portal, além de outras acções.

“Queremos que práticas culturais e a produção artística sejam acessíveis a todos, incluindo os públicos e não públicos (…) e a primeira acção do plano estratégico é esta lógica de advogar a centralidade da cultura nas políticas públicas”, disse Luís Dias, presidente da Artemrede e também vereador com o pelouro da cultura da Câmara de Abrantes, em declarações à agência Lusa.

Entre as propostas, está a criação de um fórum político, que acontecerá apenas em 2026, mas cuja preparação decorrerá durante este ano. O objectivo é dar espaço de intervenção a outros interlocutores além dos autarcas e conseguir ouvir a opinião de um público “mais plural”, “integrando diferentes vozes e visões”.

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A internacionalização surge também como uma prioridade no plano. Parcerias com instituições como a Fundação Calouste Gulbenkian e programas europeus, como Erasmus+ e Europa Criativa, são consideradas fundamentais para a expansão internacional da rede.

“Não queremos crescer desmesuradamente, porque depois, do ponto de vista da sustentabilidade da própria rede, fica difícil gerir tanto universo, mas a internacionalização da Artemrede é inquestionável e é um caminho que nos interessa”, assumiu o responsável.

Nesse sentido, em 2025, a rede vai candidatar-se à liderança de um projecto de cooperação de larga escala e média escala co-financiado pelo programa Europa Criativa, bem como a um projecto de aprendizagem, co-financiado pelo programa Erasmus+.

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O plano estratégico também reflecte o compromisso da Artemrede com os direitos culturais através do Compromisso Cultura 2030 (CC2030). Este documento, já enviado a entidades como o Ministério da Cultura e a Associação Nacional de Freguesias, defende a construção “de comunidades criativas e inclusivas”, promovendo “práticas culturais acessíveis a públicos e não públicos”. “Queremos reafirmar este Compromisso Cultura 2030 para a construção de cidades, comunidades e territórios criativos”, afirmou.

Acções com formação
O plano engloba uma série de outras acções, desde a criação de um programa de formação para as equipas, técnicos e autarcas da Artemrede, passando pela criação de um portal, destinado ao envio de propostas de criação, co-produção e programação, até à iniciativa “Caravanas Artemrede”, cujas equipas vão “migrar” para os municípios pelo período de três dias.

Luís Dias destacou ainda o papel essencial das autarquias na democratização cultural. “Sem as autarquias, seria difícil termos uma cultura verdadeiramente acessível em Portugal”, sublinhou.

A sustentabilidade da Artemrede continua a depender das quotas pagas pelos municípios, já que não recebe financiamento directo da Administração Central. Parcerias como as firmadas com a Fundação Calouste Gulbenkian têm ajudado a compensar essa lacuna, mas o presidente realça a “necessidade de articulação com entidades como a Direcção-Geral das Artes e o Ministério da Cultura”.

A Artemrede tem como associados 17 municípios e uma cooperativa de solidariedade social – a Rumo. Da região, além da Moita, são associados os municípios de Almada, Barreiro, Montijo, Palmela e Sesimbra. Lusa

Actividades Orçamento é de 850 mil euros para este ano

O plano de actividades da Artemrede para 2025 conta com um orçamento de 850 mil euros, dos quais 500 mil serão destinados à programação de projectos. Entre as iniciativas, está programada a estreia e circulação de várias obras iniciadas em 2024 e que fazem parte do ciclo de co-produções Artemrede 2024-2025. São sete novas criações, cujas apresentações vão iniciar-se em Abril, com duas criações a inserirem-se no domínio do teatro, duas no da performance, outras duas nos cruzamentos disciplinares e uma no novo circo. Está também previsto o desenvolvimento de um projecto-piloto educativo de relação com objectos artísticos, um estudo de públicos e não públicos dos territórios Artemrede e a monitorização e avaliação do CC2030.

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