Há um anti-herói que vagueia pelas ruas entre as carrinhas biblioteca da Fundação Gulbenkian e tenta seduzir lolitas e magalas. Uma história que se passa em tempos de opressão num país cinzento e de violências contidas
O palco do Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, na Baixa da Banheira, recebe este sábado, às 21h30 a peça de teatro “O Libertino Passeia por Braga a Idolátrica o seu Esplendor”, de Luiz Pacheco, com André Louro.
O anti-herói deste “O Libertino” é o poeta Luiz Pacheco que, em 1961, andou nas carrinhas da biblioteca itinerante da Fundação Gulbenkian, carrinhas cheias de livros que percorriam o país real, alimentando mentes sedentas de leitura, principalmente as jovens gerações.
É à sombra de uma dessas carrinhas, estacionada em Braga, que o Libertino tenta seduzir lolitas e magalas. Neste passeio pela cidade, o Libertino não viola nenhuma ética. Pelo contrário, as suas conversas e reflexões descrevem uma imagem precisa da realidade portuguesa de então, de uma vida acanhada em tempos de opressão num país cinzento e de violências contidas. Ao mesmo tempo, esta é uma história marcada pelo riso, pela sátira, pela (auto)ironia, pelo prazer de viver…
A peça, que transforma o texto de Luiz Pacheco num monólogo interpretado por André Louro, recria toda a riqueza das situações, ambientes e estados de alma que o Libertino percorre nesta via-sacra rumo à redenção.
A encenação é de António Olaio e no palco vai estar o actor André Louro. Os cenários e figurinos são por conta de Maria Ribeiro e a responsabilidade de assistência de encenação é de Anabela Felício.