Alhos Vedros pode ficar sem único banco da freguesia

Alhos Vedros pode ficar sem único banco da freguesia

Alhos Vedros pode ficar sem único banco da freguesia

Rui Garcia quer pedir reunião com carácter de urgência à administração da instituição

 

O presidente da Câmara da Moita, Rui Garcia, afirmou esta terça-feira que aquela autarquia “foi surpreendida” com o anúncio do encerramento do balcão do Millenium BCP de Alhos Vedros, que actualmente, continua a ser o único banco a operar numa freguesia do concelho que continua a registar “uma procura elevada”, e onde residem cerca de 15 mil habitantes. Para o autarca, os serviços bancários “são essenciais e a sua proximidade física” é uma “condição fundamental para o fácil acesso”, tendo realçado que esta decisão é “lesiva para a população” daquela região.

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“Milhares de milhões de euros de fundos públicos têm sido mobilizados” para salvar a banca e a “proteger em períodos de crise sistémicas, na origem das quais têm fortíssimas responsabilidades”, criticou. O edil acrescenta que “a sua preocupação continua a ser a maximização do lucro, esquecendo, no primeiro momento, as obrigações para com a economia e as pessoas e não hesitando, como é o caso presente, em reduzir custos operacionais à custa da qualidade do serviço prestado às populações”, frisou.

Face a esta situação, a autarquia “não pode deixar de condenar o encerramento deste serviço bancário e, disso mesmo, dará nota em reunião, com carácter de urgência”, que vai solicitar à administração daquela entidade, tendo a população local lançado recentemente uma petição pública contra esta decisão. “A Câmara irá também, no imediato, propor reuniões com outras instituições bancárias presentes no concelho, para sensibilizar, incentivar e avaliar conjuntamente a disponibilidade e condições para o reforço da oferta de serviços bancários na freguesia e no concelho”, revelou Rui Garcia, nomeadamente, ao nível das caixas automáticas multibanco, serviço que nos dias de hoje “é essencial e que se apresenta também deficitário em Alhos Vedros”, onde existe apenas uma outra caixa multibanco no interior de um supermercado.

Partidos políticos unidos contra decisão

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Entretanto, o secretariado do Partido Socialista da Moita e a Comissão de Freguesia de Alhos Vedros do Partido Comunista Português, emitiram esta semana as suas posições sobre o assunto, onde demonstram a sua preocupação com o encerramento daquela sucursal, tendo defendido a sua “manutenção” para continuar a servir a freguesia.
Os socialistas afirmam que “foi com enorme apreensão” que receberam no último dia 22, a notícia de que “o Millenium BCP pretenderia encerrar o seu balcão” naquela localidade, tendo tomado “consciência do enorme impacto dessa decisão”.

“Confirmaram-se os piores receios, uma vez que além do encerramento deste balcão”, realçaram, está previsto também o fecho das “caixas multibanco que actualmente se encontram no edifício onde se encontra instalada a instituição”. Para os socialistas, importa que “sejam tomadas rápidas medidas no sentido de tentar preservar os serviços que são actualmente prestados” e garantem que este “não é um momento de indecisões, ou de esperar para ver o que acontece, pois, fazê-lo poderá levar a que seja já tarde de mais”, acrescentam.

O partido assume também o compromisso de que os seus autarcas “irão acompanhar esta situação de perto” e que nas reuniões que possam vir a ser realizadas neste âmbito, “defenderão intransigentemente os interesses” da população. Destacam que aquele balcão faz falta “aos cidadãos, em particular aos que necessitam de recorrer a serviços presenciais e que têm dificuldades em se deslocar até às instituições mais próximas”, de que são exemplo os inúmeros idosos que, mensalmente, costumam levantar a sua reforma naquele banco.

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Por sua vez, esta segunda-feira, o PCP também manifestou a sua “firme oposição a esta intenção”, informando que os habitantes, a partir de 1 de Junho, serão confrontados com esta situação, agravada por ser o único banco existente em Alhos Vedros. Os comunistas consideram que a “pseudo alternativa” dos balcões situados na Baixa da Banheira e Moita, ficam localizados a dois e quatro quilómetros de distância, respectivamente.
Por este motivo, a comissão comunista diz que é “absolutamente condenável esta medida”, que coloca em causa “o bem-estar das populações”, privando os residentes de “um serviço público de proximidade”.

Para o Bloco de Esquerda, o encerramento do espaço “é inadmissível”. Ao tomarem conhecimento deste facto, os bloquistas manifestaram a sua “perplexidade e repúdio” e afirmaram que o fecho do balcão tem “um significado lesivo para toda a vida” dos habitantes, “afectando o comércio local e os serviços, que fazem parte do nosso quotidiano e constituem um apoio à nossa comunidade”.

O partido adianta em comunicado que, ao longo dos últimos anos, Alhos Vedros “tem perdido diversas valências, na área da saúde, do comércio e serviços, que deixam a população mais desprotegida”, pelo que “é preciso agir”.

“Conjugaremos todos os esforços, junto dos autarcas, dirigentes associativos, comércio local, de entidades locais, regionais e centrais, para que sejam defendidos os interesses da população, defendendo a manutenção deste equipamento”, destacam.

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