Auto de consignação assinado. Trabalhos no terreno arrancam já. Estratégia para atrair médicos em marcha
O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, já a tinha assumido e Carlos Albino, presidente da Câmara Municipal da Moita, reforçou a expectativa, depois de ter rubricado, no passado dia 28 com a empresa Wikibuild, o auto de consignação para a execução das obras de conclusão da Unidade de Saúde Familiar (USF) da Baixa da Banheira.
“Acredito que até ao final deste ano, vamos ter a USF da Baixa da Banheira pronta”, disse o autarca, citado em nota de Imprensa do município.
Com a assinatura do auto de consignação – que marca o arranque de qualquer empreitada –, os trabalhos no terreno podem avançar de imediato e esse foi o desiderato assumido, também após a colocação do “preto no branco”, por Pedro Batista, representante do empreiteiro a quem a obra foi adjudicada.
A empresa, afirmou Pedro Batista, “está muito focada e quer começar a trabalhar [na obra] nos próximos dias”, e com o objectivo claro de que a empreitada seja “bem feita e rapidamente”, face à importância do equipamento para a comunidade local. “Vamos fazer acontecer”, garantiu o responsável.
Uma mensagem que vem ao encontro dos anseios do executivo municipal presidido por Carlos Albino. Sem deixar de classificar a assinatura do auto de consignação como um momento “de extrema importância para o município, mas, sobretudo, para a população da Baixa da Banheira”, o socialista lembrou a urgência na concretização dos trabalhos. A incapacidade de resposta do Centro de Saúde existente, sobretudo por falta de médicos de família, tem sido penosa para os utentes e o futuro equipamento podem contribuir para mitigar os constrangimentos, já que umas novas instalações, dotadas de outras e melhores condições, pode despertar o até aqui reduzido interesse de clínicos em fixarem-se no concelho.
“Tudo conflui no mesmo sentido, nós queremos muito fazer acontecer a nova USF, a tutela, o ministro da Saúde quer muito que isto aconteça, para depois continuarmos a trabalhar para criarmos condições internas e externas mais atractivas para a captação de médicos”, admitiu o presidente da Câmara.
O que Carlos Albino não disse
Carlos Albino não disse, mas está a trabalhar numa outra frente, em simultâneo, que visa precisamente o aumento da capacidade de atracção de clínicos para o concelho. Após a entrada em funcionamento da USF, as instalações onde funciona o actual Centro de Saúde podem vir a dar lugar a apartamentos residenciais para acolhimento dos profissionais de saúde. A medida foi proposta por Manuel Pizarro e bem acolhida pelo autarca. Até porque, um dos factores inibidores nesta área da Grande Lisboa para muitos – que acabam por escolher outras paragens para exercício da actividade clínica – prende-se com os elevados custos de habitação nestes territórios. Além disso, a proximidade ao local de trabalho é outra das vantagens que se soma e que, no seu conjunto, pode fazer pender o prato da balança para o lado da Moita.
O processo de construção da futura USF da Baixa da Banheira foi interrompido, depois de a Câmara Municipal da Moita ter decidido proceder à resolução do contrato com o anterior empreiteiro, em virtude de a obra não ter sido executada nos prazos acordados. A autarquia tomou posse administrativa da empreitada em Agosto de 2022. Volvidos cerca de oito meses, a construção está em condições de ser retomada e com a expectativa, de todas as partes, de que venha a estar concluída até final de Dezembro próximo.