Ruínas romanas de Tróia são estudadas desde a monarquia mas continuam a ser feitas descobertas

Ruínas romanas de Tróia são estudadas desde a monarquia mas continuam a ser feitas descobertas

Ruínas romanas de Tróia são estudadas desde a monarquia mas continuam a ser feitas descobertas

Conferência “50 anos de Arqueologia em Grândola” levou investigadores a pensar no passado e presente da área de estudo

O território de Grândola tem despertado, desde o tempo da monarquia, um grande interesse aos arqueólogos que têm vindo a descobrir, cada vez mais, as especificidades das terras. Por exemplo Tróia e as suas ruínas romanas, têm sido alvo de estudo há centenas de anos.

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Aos dias de hoje os técnicos de Antropologia da Câmara Municipal de Grândola têm feito diversas investigações para melhor compreender a diversidade de realidades patrimoniais, e para também apresentá-las à população.

Nuno Inácio, um desses técnicos, falava no colóquio “50 anos de Arqueologia em Grândola” que decorreu na passada sexta-feira no Cineteatro Grandolense, para dar destaque ao trabalho desenvolvido no Museu Municipal de Grândola e que os estudos são feitos com base em seis eixos: incorporação, inventário, investigação, conservação, divulgação e educação patrimonial.

O orador fez saber aos congressistas que, em 2025, deverá ser publicada uma monografia daquele concelho do Litoral Alentejano, para dar a conhecer à população o trabalho de décadas.

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Desde a antiguidade, passando pela modernidade e pelos períodos de pré e pós-Revolução dos Cravos, chegando até à actualidade. Durante todo o dia, e através de vários painéis, investigadores, académicos e técnicos deram a conhecer a riqueza arqueológica do concelho.

Estudos começaram na monarquia e prologam-se até hoje

“A Tróia romana antes e depois da Revolução de Abril”, dá nome à comunicação levada por Inês Vaz Pinto, arqueóloga doutorada pela Universidade Lusíada de Lisboa, que desde 2006 é responsável pelo estudo das sociedades e culturas do passado em Tróia.

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Ao recuar aos séculos XVIII e XIX fez saber que foi por esta época que se deram as primeiras investigações arqueológicas, no reinado de D. Maria I, através da Sociedade Arqueológica Lusitana. Em 1948 a Junta Nacional de Educação descobre a necrópole da Caldeira e, entre os anos 50 e 60 do século XX, chegam os conhecimentos sobre as termas e fábricas de salga, o mausoléu e a basílica, todos naquela região.

Eis que, dez anos mais tarde, o espaço passa de uma propriedade familiar para a alçada de uma empresa turística – inicialmente pertencia à família Cabral, depois à família Sottomayor, a família Narciso, passando depois para a empresa Soltróia e, num passado mais recente, para a Torralta.

É esta última empresa que, no ano em que se dá a Revolução dos Cravos, decide edificar o Clube Náutico de Tróia – à época ilegal mas fruto da “liberdade”. Até 1976 a empresa promoveu mais escavações onde foi desbravada a oficina da salga 4. Entre 1990 e 1991 o território recebeu um projecto luso-francês – que resultou na publicação de uma monografia em 1994 – que mostrou a “importância do complexo industrial de produção de salgas de peixe de Tróia”.

Depois da falência da Torralta (nos anos 90) a Troia Resort, projecto coordenado por Inês Vaz Pinto, que leva a cabo a iniciativa Valtroia – Valorização das Ruínas Romanas de Tróia. Desta já resultou, por exemplo, o reconhecimento de 30 oficinas de salga, e até já foram feitas novas escavações na necrópole.

Melides | Santa Marinha está a ser alvo de escavações

A Clay Arqueologia está a levar a cabo escavações no sítio arqueológico de Santa Marinha, em Melides, para descobrir mais sobre aquele território arqueológico. A especificidade desta investigação prende-se com a utilização das novas tecnologias.

Numa primeira fase a equipa procedeu à prospecção arqueológica para depois passar às sondagens de diagnóstico, sendo que actualmente decorre a fase de escavações. Em todas elas estão a ser utilizadas “tecnologias digitais” para fazer “registo científico”

Recorrem-se a técnicas como, por exemplo, a georreferenciação para documentar os materiais que compõem as estruturas. Também a fotogrametria para “melhorar a qualidade do registos dos achados, criar modelos tridimensionais para investigação futura, e abrir possibilidade de visitas virtuais” aos locais. E também a topografia de precisão métrica, para aumenta o rigor dos registos.

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