Actuação está marcada para esta segunda-feira no palco principal em Grândola
Rui Veloso vai estar ao vivo em concerto, nesta segunda-feira, no Palco principal da Feira de Grândola. Trata-se de um concerto mais intimista, de uma referência maior da música portuguesa e, segundo um inquérito da Marktest, o artista que os portugueses elegem como “o” seu artista.
Rui Veloso fará uma viagem pela sua carreira, iniciada em 1980, apresentando temas marcantes da vida de todos nós, num contexto de maior intimismo.
Lisboeta de nascimento, portuense de coração (aos três meses de idade mudou-se para o Porto), Rui Veloso aos 65 anos, continua um nome incontornável da música portuguesa, mesmo sem edições recentes.
Em 1980 estreou-se com o álbum “Ar de Rock”, e a música em Portugal, nunca mais foi a mesma. Provavelmente as gerações mais jovens desconhecerão o impacto que o disco teve em Portugal, mas se lembrar o título que lhe atribuíram (provando o desconhecimento da história do rock em Portugal), de pai do rock português. “Chico Fininho” é o tema que todos sabemos e não vale a pena dizer algo mais.
No ano seguinte, o álbum “Fora de Moda” confirma tudo o que o seu antecessor apresentou. Um leque de temas de primeira linha, resultado do trabalho de uma dupla imparável: Rui Veloso e Carlos Tê. Em 1983, “Guardador de Margens”, inclui, entre outros, “Máquina Zero”, um sucesso gigante. Três anos mais tarde, o quarto álbum “Rui Veloso” apresenta-se com temas que ficariam na história da música: “Porto Covo”, “Negro do Rádio de Pilhas” e “Porto Sentido”. O sucesso foi enorme e em 1988 Rui Veloso editou um álbum ao vivo.
Mas um sucesso ainda maior, surgiria dez anos depois da estreia do músico. Em 1990 o duplo álbum “Mingos & Samurais” vende mais de 150.000 cópias, enche vários Coliseus de Lisboa e Porto e deixa para o futuro da música portuguesa, temas incontornáveis: como “Não há estrelas no Céu”, “A Paixão (Segundo Nicolau da Viola)” e “Baile da Paróquia”. No auge de um sucesso gigante, surge novo disco e de novo em formato duplo: “Auto da Pimenta”, em tempo de comemorações dos Descobrimentos Portugueses.
Em1992, o Presidente da República, Mário Soares, ordena-o Cavaleiro da Ordem do Infante D. Henrique e três anos mais tarde, “Lado Lunar”, é o novo álbum, cujo maior sucesso é o tema com o mesmo nome. Em 1998, ano da Expo, o novo álbum chama-se “Avenidas”. Mas o tempo era também tempo de Rio Grande, grupo de música popular que, para além do Rui, integrava Tim (Xutos & Pontapés), João Gil, Jorge Palma e Vitorino. Gravaram os álbuns “Rio Grande” em 1996, que foi quatro vezes platina e “Dia de Concerto” em 1998.
O início do século foi marcado pelas comemorações dos 20 anos de carreira, com dois discos; “O Melhor de Rui Veloso – 20 anos depois” e “20 anos depois – Ar de Rock”, um disco tributo a Rui Veloso.
Em 2002, os Rio Grande, agora sem Vitorino, dão origem a outro projecto popular: Apenas gravaram um álbum, mas com enorme sucesso.
2003 foi o ano de editar o álbum “Concerto Acústico” e dois anos mais tarde, novo álbum, desta feita de originais “A espuma das Canções”
O ano de 2006, seria de grane factos/eventos: O Presidente da República, Jorge Sampaio nomeia-o Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, actua no Rock in Rio, na noite de Carlos Santana e Roger Waters e ainda para comemorar 25 anos de carreira, realiza dois concertos no Coliseu do Porto e um no Pavilhão Atlântico em Lisboa.
Em 2009 lança mais um Disco ao Vivo, desta feita gravado no Pavilhão Atlântico. Só três anos mais tarde, Rui Veloso voltaria aos discos, reunindo então vários amigos como Jorge Palma, Luís Represas, Carlos do Carmo, Expensive Soul, Camané e outros, no álbum “Rui Veloso e Amigos”.
Os discos e os concertos foram reduzindo (mais os discos que os concertos) na última década, mas o espólio e ui Veloso, é tão intemporal, que nos esquecemos da idade dos mesmos, também pela capacidade de reinvenção musical dos temas construídos ao longo da vida.
Essa capacidade vai poder ser confirmada no palco de Grândola, já 2ª feira. Porque será sem dúvida um encontro de amigos, como tem sido os concertos desta tour, ao qual tive oportunidade de assistir em Lisboa.
Opinião Musical