O enfermeiro e membro da Assembleia Municipal sucede a Pedro Ruas na comissão política. É um dos nove novos presidentes das concelhias socialistas
Grândola é uma das nove concelhias do Partido Socialista (PS), de um total de 13, que passaram a ter nova liderança na sequência das eleições internas realizadas no passado dia 7. O enfermeiro José Baião, 40 anos, sucede a Pedro Ruas na presidência da comissão política, empossada no último sábado, e o principal objectivo para o mandato de dois anos está bem definido: preparar o partido para reconquistar a Câmara Municipal nas autárquicas de 2025.
Um desiderato que, antes de mais, passa por um processo de “fortalecimento interno do partido”, com vista a “um novo rumo” – ‘slogan’ que José Baião utilizou na moção de orientação política, para sustentar a candidatura (única) apresentada à liderança daquela concelhia do litoral alentejano.
E as linhas mestras ficaram, desde logo, delineadas: desenvolver “um projecto assente no diálogo, com a sociedade civil, com as empresas, com o movimento associativo, em que as pessoas estão primeiro, atento à sustentabilidade do território e a um concelho com futuro”. Isto enquadrado numa acção política alicerçada “em princípios e valores, de trabalho sério e responsável”, com o “objectivo principal” de criar “todas as condições” para que em 2025 o PS alcance um triunfo que, nas eleições de 26 de Setembro de 2021, lhe fugiu por uma diferença de 174 votos para a CDU.
“Quero acreditar que este é um projecto para quatro anos, apesar do mandato ser de apenas dois. Até porque, há que preparar todo um trabalho para vencer as próximas autárquicas, que fecham um ciclo para a CDU e o seu actual presidente, impedido de se recandidatar. O PS está a crescer”, disse a O SETUBALENSE José Baião, que tem também assento na bancada socialista na Assembleia Municipal de Grândola.
Chave do sucesso identificada
E a chave do sucesso, admite o novo líder dos socialistas, passa muito pelo trabalho que o partido pretende dinamizar na União das Freguesias de Grândola e Santa Margarida da Serra, a mais populosa das quatro existentes no concelho e onde a diferença de votos para a Câmara Municipal foi mais acentuada a favor da CDU (mais 393 votos).
A estratégia da nova comissão política concelhia do PS para estes dois anos identifica mais de meia-dúzia de prioridades, a começar pela atracção de “novos militantes”, já que actualmente esta é a estrutura local do partido “com menor número” de filiados no Distrito de Setúbal. “Organizar uma recepção anual aos novos militantes; reactivar a Juventude Socialista de Grândola; organizar colóquios e debates, subordinados a Grândola e ao litoral alentejano, com militantes e sociedade civil; e criar grupos de trabalho, para desenvolvimento de actividades de âmbito concelhio, bem como acções sectoriais nas áreas de saúde, educação, ordenamento do território e desenvolvimento económico” são outros dos principais vectores de acção dos socialistas.
Das 13 concelhias do PS no distrito, apenas quatro mantiveram a mesma liderança nas eleições de 7 de Outubro último. Clarisse Campos (Alcácer do Sal), Fátima Soares (Alcochete), Rui Pereira (Barreiro), Nuno Vitório (Moita), Ricardo Marques (Palmela), Rodrigo Charrua (Santiago do Cacém), Samuel Cruz (Seixal) e Fernando José (Setúbal), além de José Baião (Grândola), são os nove novos presidentes das respectivas estruturas locais socialistas. Almada, com Ivan Gonçalves, Montijo, com Nuno Canta, Sesimbra, com Nelson Pólvora, e Sines, com Carlos Salvador, não conheceram alteração em relação ao anterior mandato.