A Câmara Municipal de Grândola, no distrito de Setúbal, anunciou que a Estratégia Local de Habitação para o concelho vai apoiar mais de 300 famílias com carências habitacionais, num investimento de 5,74 milhões de euros.
De acordo com o município, que assinou na quarta-feira, com o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), o acordo de colaboração no âmbito do 1.º Direito – Programa de Apoio ao Acesso à Habitação, vão ser apoiadas 234 famílias com carências habitacionais e 71 agregados familiares residentes no concelho de Grândola.
“Estamos a falar de famílias que já estão a viver no parque habitacional do município, cujas casas estão a necessitar de reparação e conservação. A estratégia que a câmara definiu permite também construir mais algumas habitações, adquirir e recuperar outras até 2025”, explicou hoje à agência Lusa o presidente da Câmara de Grândola, António Figueira Mendes.
Considerando “não ser esta a grande responsabilidade dos municípios em geral”, o autarca reconhece que o acordo estabelecido com o IHRU “é vantajoso” para o concelho de Grândola.
“Temos um parque habitacional muito grande e isso permite recuperar algumas destas casas, que são muito antigas, porque em Grândola sempre se construiu habitação social, que estão a necessitar de uma intervenção profunda”, sublinhou.
O investimento global feito pelo IHRU será de 5,73 milhões de euros, dos quais 2,98 milhões são apoio a fundo perdido, cabendo à autarquia “um investimento de cerca de 500 mil euros”.
“O programa prevê a construção de 30 novos fogos e ainda a aquisição de 10 fogos para recuperar e depois colocar no mercado de arrendamento a preços mais baixos, com rendas sociais, de acordo com o rendimento das famílias e com o regulamento existente”, referiu.
De acordo com o autarca, o programa, que tem uma duração de quatro anos (2021-2025), não resolve o problema da carência habitacional no concelho de Grândola.
“É bom não ter ilusões. Este é um programa que foi feito de acordo com as nossas possibilidades e sabemos que no concelho é necessário muito mais habitação. Não só para as famílias de fracos recursos, mas também para os casais jovens porque não há casas para arrendar”, explicou.
Para António Figueira Mendes, a questão da habitação “é um dos grandes problemas” do concelho de Grândola, sobretudo “porque vamos ter de captar população para vir ocupar os postos de trabalho” previstos para os próximos anos.
“É preciso ter respostas do ponto de vista da habitação para responder aos desafios dos empregos que aqui vão ser criados”, reiterou.
O concelho de Grândola faz parte dos 21 municípios do país que assinaram o acordo de colaboração com o IHRU no âmbito do Programa de Apoio ao Acesso à Habitação.
Lusa