Discussão de trânsito em baile de aldeia leva a homicídio de pessoa errada em Grândola

Discussão de trânsito em baile de aldeia leva a homicídio de pessoa errada em Grândola

Discussão de trânsito em baile de aldeia leva a homicídio de pessoa errada em Grândola

Crime decorreu na madrugada de 24 de Junho de 2024 e o casal suspeito entregou-se um ano depois, quando regressaram de França

Uma discussão de trânsito num baile de aldeia em Grândola, em Junho de 2023, levou Florival Murteiro, 28 anos, a sua companheira, Bruna Romão, de 24, a procurar vingança, mas entraram na casa errada e mataram um ex-militar brasileiro com 35 anos que defendeu a mulher grávida da fúria dos invasores.

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O casal e o homem que lhes indicou a casa errada e deu a arma a Florival estão acusados pelo Ministério Público de homicídio qualificado. Bruna responde ainda por agredir a mulher grávida com um ferro na cabeça.

O homicídio ocorreu na madrugada do dia 24. De acordo com a acusação do MP, suportada na investigação da Polícia Judiciária de Setúbal, nessa madrugada, perto das 3h30, numa festa popular na Aldeia do Futuro, Grândola, Bruna e Florival discutiram contra um casal que conduzia uma viatura, acusando a condutora de quase ter atropelado um dos filhos quando atravessava a estrada. Florival, embriagado, dirigiu-se ao vidro do passageiro para ameaçar o ocupante, mas a condutora avançou, abandonando o local.

Florival quis acertar contas com os ocupantes e foi o amigo, Hugo Pinheiro, que lhe indicou a morada destes, embora errada, no Bairro do Isaías, em Grândola e ainda deu uma arma ao agressor para se vingar.

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Florival foi então com a mulher, o amigo e os três filhos menores, de dez, sete e dois anos no carro à morada indicada. Hugo ficou no carro com os três filhos do casal, impedindo uma eventual fuga e Florival e Bruna invadiram a casa onde julgavam estar os alvos.

Alisson saltou da cama, alarmado com o barulho e enfrentou o invasor que lhe perguntava onde estava a pessoa que procurava. A sua companheira saiu depois da cama e foi então que Florival lhe apontou a arma. Alisson placou Florival, os dois caíram e foi então que o agressor, em cima da vítima, disparou duas vezes contra o peito. Florival continuou a agredir a vítima, levantou-se e disparou uma terceira vez nas costas de Alisson.

A companheira da vítima tentou fugir e foi agredida com uma barra de ferro por Bruna. Implorou que parasse, que estava grávida, e foi agredida novamente, mas conseguiu tirar a barra. Bruna apercebeu-se de que eram as pessoas erradas, disse ao marido para fugirem e desapareceram no mesmo carro com que se dirigiram ao local. Alisson acabou por falecer.

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O Ministério Público considera que o motivo pelo qual procuraram vingança, “a respeito de uma altercação rodoviária era irrisório e insignificante” e que “cometeram o crime mesmo após se terem apercebido de que Allisson Rodrigues não era a pessoa com quem tinham tido uma discussão”.

Os três estiveram em fuga até Junho de 2024. O casal saiu do País, esteve em França e acabou por se entregar às autoridades. Florival encontra-se em prisão preventiva, assumiu o crime à justiça, mas disse que estava escuro na casa de Alisson e que não viu quem era a vítima. Bruna está em prisão domiciliária, disse ao juiz que a culpa foi de Hugo, que disse ao marido para se vingar e ainda lhe deu uma arma. Hugo também se entregou, mas foi libertado por não ter participação no crime.

Deduzida a acusação, o Ministério Público emitiu mandados de detenção para alteração de medidas de coacção, tendo em conta que este está acusado do crime em co-autoria.

Nascido em Fortaleza, no Ceará, Alisson morou no Rio de Janeiro e foi militar paraquedista no Exército Brasileiro durante sete anos. Trabalhou também para o Governo do Estado de Espírito durante cinco anos e veio para Portugal em 2018. Trabalhava nos Recursos Humanos de um hotel na Comporta há cinco anos.

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