Outros dois suspeitos continuam em fuga. São alvos de um mandado de captura internacional emitido pelas autoridades portuguesas e poderão estar em França
A Polícia Judiciária de Setúbal deteve um dos três suspeitos de um homicídio em Grândola, em Junho do ano passado. O homem é suspeito no homicídio de Alisson Rodrigues, ex-militar brasileiro, quando a vítima estava em casa com a mulher grávida de quatro meses. Ficou em prisão preventiva.
A PJ de Setúbal continua a procurar os dois outros suspeitos envolvidos no homicídio. O crime aconteceu no Bairro do Isaías, em Grândola, na madrugada de 25 de Junho e foi cometido por engano. Os suspeitos, dois homens e uma mulher, enganaram-se na casa que procuravam.
Na origem do homicídio estará um ajuste de contas entre os acusados e um outro homem com quem se desentenderam numa festa popular que decorria na Aldeia do Futuro, em Grândola nessa mesma noite. Após confrontos na festa, os suspeitos partiram em busca do rival, que seria familiar do proprietário de uma moradia com vários apartamentos no Bairro do Isaías, onde Alisson e a sua mulher viviam.
Perto das quatro horas da madrugada, os suspeitos chegaram a um pátio com várias habitações e arrombaram a porta daquela que julgavam ser onde morava o rival. Alisson foi o primeiro a ir ao encontro dos invasores. Na sala de estar enfrentou um homem de arma em punho que perguntava pelo paradeiro de alguém que não conheciam e junto da porta estava uma mulher.
O homem apontou a arma à mulher grávida de quatro meses, Mayla, e logo Alisson tentou manietá-lo. Foram disparados três tiros que atingiram mortalmente a vítima.
Mayla foi agredida pela mulher suspeita com uma barra de ferro e logo depois os dois suspeitos fugiram, dizendo que era a pessoa errada. Na fuga, usaram uma viatura onde estava o terceiro suspeito no lugar do condutor.
No dia do homicídio, a Polícia Judiciária localizou e apreendeu a viatura que os suspeitos utilizaram para fugir. No interior, os inspectores encontraram estupefacientes, cuja quantidade não foi possível apurar.
Os três terão conseguido sair de Portugal e são alvos de um mandado de captura internacional emitido pelas autoridades portuguesas que acreditam que estes estão em França. Um dos suspeitos foi agora detido em Portugal.
Alisson trabalhava nos Recursos Humanos de um hotel na Comporta há cinco anos. De acordo com Mayla, foi este hotel que suportou os custos referente à trasladação do corpo da vítima mortal para o Estado brasileiro de Espírito Santo, onde decorreram as cerimónias fúnebres, no dia 2 de Julho.
Nascido em Fortaleza, no Ceará, Alisson morou no Rio de Janeiro e foi militar paraquedista no Exército Brasileiro durante sete anos. Trabalhou também para o Governo do Estado de Espírito durante cinco anos e veio para Portugal em 2018.