14 Agosto 2024, Quarta-feira

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Deixou a mãe morrer à fome em Grândola e vai ser julgado por homicídio

Deixou a mãe morrer à fome em Grândola e vai ser julgado por homicídio

Deixou a mãe morrer à fome em Grândola e vai ser julgado por homicídio

Isabel não saiu da cama pelo menos durante quatro meses. Filho usava reforma

Um homem que deixou a mãe idosa morrer à fome em Grândola foi acusado pelo Ministério Público de homicídio qualificado e vai a julgamento no Tribunal de Setúbal responder pelo crime que lhe pode valer a pena máxima.

O corpo de Isabel Velez, de 82 anos, foi encontrado pela GNR de Grândola a 1 de Agosto de 2020 na casa onde esta vivia com o filho, no número 10 da Rua 25 de Abril. Foi o filho, Carlos Rosa, que nesse sábado calorento chamou os bombeiros porque a idosa já não respirava.

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A GNR apercebeu-se de que se trataria de um cenário de crime e chamou a PJ. Falência multiorgânica por falta de alimentação e ausência de movimentos foram as causas da morte.

A investigação da Polícia Judiciária de Setúbal apurou que o homem deixou propositadamente a mãe morrer à fome no quarto desta, enquanto passava os dias a ver televisão no quarto ao lado, com ambientadores para disfarçar o cheiro nauseabundo que provinha do quarto da idosa.

Isabel faleceu nesse dia 1 de Agosto e não saía da cama há pelo menos quatro meses. O filho, alcoólico, apenas a alimentava a leite e água, ficando com a reforma de dois mil euros mensais. A última vez que comprou comida para a mãe foi em Janeiro: uma sopa.

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Carlos Rosa foi detido e às autoridades queixou-se de que a mãe era teimosa e não queria comer. A sua tese não colheu apoiantes e foi colocado em prisão preventiva. Volvidos seis meses, o Ministério Público acusa-o ter morto a mãe num acto contínuo de crueldade para aumentar o sofrimento da vítima, a fome.

Carlos Rosa é descrito como alcoólico, pessoa de difícil trato e sem amigos. Há seis anos, a sua mulher colocou-o fora de casa e desde aí que tentava o divórcio, nunca aceite pelo arguido. Mudou-se para casa da mãe com o pai já falecido. Dependente da reforma da mãe, o arguido sempre se recusou a tratar dela.

A reforma da idosa era entregue em casa em Grândola pelos correios desde Março. Alegando a impossibilidade daquela se deslocar para a receber desde esse mês, Carlos Rosa apresentava o cartão de cidadão da mesma e recebia, em numerário, a totalidade do valor da reforma. Ninguém suspeitava de nada.

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A última vez que a idosa tinha ido ao hospital tinha sido há dois anos onde ficou internada durante dois dias. Foi-lhe diagnosticado no Hospital do Litoral Alentejano desidratação, sendo que a mesma se encontrava em péssimo estado geral. Já nesta altura estava ao cuidado de Carlos Rosa. Esta foi a última vez que teve cuidados médicos. Antes disso foi em 2013, mas apesar da idade avançada, não tinha doenças.

 

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